18 de mar. de 2015


São José: homem justo segundo o coração de Deus

          Embora vivendo esse tempo santo da Quaresma, cuja finalidade é nos preparar para a celebração da Páscoa do Senhor, a Igreja nos chama, no dia de 19 de março, a olharmos para um grande homem: São José. Ele foi proclamado pelo Papa Pio IX como patrono da Igreja Universal, em 8 de dezembro de 1870. Nosso povo tem uma especial devoção a São José por ser padroeiro também de nossa Diocese de Criciúma, além de protetor das famílias e dos moribundos.

          A Sagrada Escritura pouco fala do pai adotivo de Jesus. Porém, no evangelho de Mateus (Mt 1, 19) encontra-se um grande elogio feito a ele: José, diante da gravidez de Maria, escolhe não a difamar. Nessa decisão Mateus teve um sinal de que José era “homem justo”. Mas o que significa tal expressão? Justo era um título dado às grandes figuras do Antigo Testamento, dentre elas Abraão. Mas é o Salmo 1 que apresenta a imagem clássica do “justo”, o que pode-se considerar um retrato da figura espiritual de São José. O justo, segundo esse Salmo, é um homem que vive em intenso contato com a Palavra de Deus, que “encontra o prazer na lei do Senhor (Sl 1, 2).” “Para ele, a vontade de Deus não é uma lei imposta a partir de fora, mas ‘alegria’ para ele, a lei torna-se espontaneamente ‘evangelho’, boa-nova, porque ele a interpreta-a numa atitude de abertura pessoal e cheia de amor para com Deus, e assim aprende a compreendê-la e vivê-la a partir de dentro” (Bento XVI, A Infância de Jesus, p. 39).

          Tal cena bíblica nos leva a perceber em São José um modelo de intimidade com o divino, de uma peculiar sensibilidade a Deus, que se revela no cotidiano da vida e da história. Percebe-se ainda em José, um modelo de paternidade, que assumiu com imensa responsabilidade a missão que lhe foi confiada: cuidar do menino Jesus, Deus feito homem. “São José, que o povo cristão invoca com fidelidade, oriente sempre os passos da família de Deus; ajude de maneira toda especial aqueles que exercitam a responsabilidade da paternidade seja física ou espiritual” (São João Paulo II, 18 de março de 2001).

          Encontrando em São José um modelo de justiça e um poderoso intercessor, peçamos-lhe seu auxílio, para que possamos reconhecer com coração dócil, a presença e a mensagem de Deus em nosso dia-a-dia, e nos preparemos dignamente para as festas pascais que se aproximam. O Espírito Santo nos converta em “homens justos”, e dispostos a viverem a vida ressuscitada do Batismo.

Seminarista Jonas Emerim Velho
4º ano de Teologia

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