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Mãe Aparecida: modelo dos Discípulos Missionários

Eis que vivemos o mês missionário em nossa Igreja, mês que iniciou fazendo memória da padroeira das missões, Santa Terezinha do Menino Jesus, que viveu sua identidade missionária, rezando pelas vocações.
O Decreto Conciliar Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja afirma: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo” (AG, 6).
A Igreja pode afirmar a citação acima devido os ensinamentos recebidos por Jesus, no envio dos discípulos para a evangelização: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Portanto, todos nós como autênticos cristãos devemos ir e anunciar a Palavra de Deus.
Neste mês missionário comemoramos os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, bem como o encerramento do ano nacional mariano.
É importante lembrar que a Virgem Maria foi a primeira discípula missionária de Jesus Cristo, sendo considerada a Estrela da Evangelização, ela é a primeira evangelizadora e a primeira evangelizada, portanto ela é o modelo do discípulo missionário. 
Conforme consta no Documento de Santo Domingo (15) “Maria, mulher de fé, foi plenamente evangelizada, é a mais perfeita discípula e evangelizadora (cf. Jo 2, 1-12). Ela é o modelo de todos os discípulos e evangelizadores por seu testemunho de oração, de escuta da Palavra de Deus e de pronta e fiel disponibilidade ao serviço do Reino até a cruz.”
Em várias aparições a Virgem Maria se manifesta anunciando a Jesus Cristo e a necessidade da conversão do coração por meio da oração. Em nosso país ela age através do título e da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Ela que diferente das demais imagens de Nossa Senhora, surge negra para todos aqueles que eram perseguidos e escravizados naquela época; surge simples e humilde para estar junto com os pobres e menosprezados da sociedade; surge como missionária, mesmo sendo uma imagem, fazendo com que acontecesse grandes conversões e que os fiéis que viessem ao seu encontro pudessem também sair evangelizando; mas principalmente surge como a Mãe do povo brasileiro, aquela que intercede ao seu filho Jesus para que tenha misericórdia e derrame bênçãos e graças sobre cada um de nós.
É a Mãe de Aparecida, que há 300 anos, se faz presente em nosso meio para nos lembrar e apontar o caminho a ser seguido, interceder por toda a nação brasileira e, acima de tudo, nos lembrar que devemos ser discípulos missionários tendo Ela como nosso modelo para levar e alcançar a graça de viver com Cristo.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rogai por nós!            

Sem. Carlos Mateus Possamai Della
2º Ano de Teologia




ARTIGO DO MÊS DE AGOSTO

Maria, mãe de Deus e mãe dos homens

Ao consentir com a obra da encarnação do Verbo de Deus, a humilde jovem de Nazaré se torna parte importante na história da salvação de toda a humanidade. É no dia da Encarnação que Maria é constituída Mãe de Jesus, Mãe de um Filho-Deus. Como sua discípula, ouve atentamente o anúncio, confia na palavra, acolhe-a decididamente e entrega-se a sua divina vontade. (cf. Cardeal Hummes. Sempre discípulos de Cristo).

De acordo com os relatos bíblicos, um anjo é enviado por Deus a uma virgem chamada Maria, escolhida para ser a mãe do filho do Altíssimo. A saudação do anjo inicia com uma exortação para que Maria se alegre, por ter o Senhor consigo e por ter encontrado graça diante de Deus. No momento seguinte, o anjo anuncia a missão pela qual Deus a encarregou e explica os acontecimentos, aguardando sua resposta. Aberta à vontade de Deus, Maria consente e se apresenta como serva do Senhor. (Cf. Lc 1, 26-38)

É necessário salientar a importância que desempenhou Maria na encarnação divina. Ela não foi apenas um instrumento passivo utilizado por Deus, mas foi também mediante seu ativo consentimento que todas as coisas puderam se cumprir. (Cf. CCE 508 -511)
O consentimento de Maria se relaciona ao importante papel que ela desempenha na história da salvação da humanidade: Chamada para fazer a vontade de Deus, Maria abnega suas próprias vontades, seus próprios desejos, anseios e sonhos, e passa a sonhar os anseios de Deus. Maria sabe o que Deus lhe propõe, consente sem restrição nem condição. Deste modo, toda a obra redentora está ligada ao sim de Maria.
Assim, como discípula fiel, a serva do Senhor é exemplo para nós de como ser verdadeiros discípulos, ouvintes de sua palavra e testemunhas de seu amor.
Sendo a Mãe de Jesus, Maria terá uma íntima relação com a Santíssima Trindade: será a filha muito amada do Pai, e sua colaboradora na obra da Encarnação; a Mãe do Filho, com direito ao seu respeito, ao seu amor, à sua obediência e, colaboradora na obra da salvação e santificação dos homens; enfim, será o templo vivo, o santuário do Espírito Santo. (cf. Adolph Tanquerey. A Vida Espiritual).
Nos primeiros séculos do Cristianismo, muitos problemas surgiram em relação à maternidade divina de Maria. Nesse sentido, o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria é Theotokos, ou seja, Mãe de Deus. Isso se dá pelo fato de que Jesus é o próprio Verbo Encarnado, sendo Deus desde sempre.
Da mesma forma, Maria é mãe de todos os homens, mãe de toda a humanidade. Jesus é o chefe da humanidade regenerada, a cabeça de um corpo místico, do qual nós somos os membros. Portanto, Maria que gerou o Salvador inteiramente, como cabeça do corpo místico, gerou também todos os seus membros, todos aqueles que nele estão incorporados. Assim, ao ser constituída Mãe de Jesus segundo a carne, é constituída ao mesmo tempo Mãe dos seus membros segundo o espírito. (cf. Adolph Tanquerey. A Vida Espiritual).
A cena no calvário confirma esta verdade: “Jesus, então, vendo a mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à mãe: ‘Mulher, eis teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis tua mãe!’” (Jo 19,26-27).
Portanto, por João, a partir de Cristo, recebemos Maria por mãe e, como ela, somos chamados a fazer inteiramente a vontade de Deus. Como a Virgem Maria, serva santa e fiel, sejamos também nós, fiéis seguidores de Deus, cumprindo seus anseios, buscando constantemente a santidade de vida, realizando sua vontade e reafirmando a cada dia nosso “sim”, como Maria o fez.
Sem. Davi Paulo Coelho
2º ano de Teologia 
 


ARTIGO MÊS DE JULHO DE 2017
 Férias: tempo de repousar e restaurar


Caríssimos irmãos e irmãs internautas!
Estamos vivendo o mês de julho do ano do Senhor de 2017. É de conhecimento de todos que no início do mês a nossa Igreja Católica no Brasil celebrou a festa das colunas da Igreja que é São Pedro e São Paulo, na qual os dois em suas diversidades, mas sempre em unidade, deram suas vidas por Jesus Cristo e pela Igreja.
Também celebramos a festa de São Tomé, apóstolo de Jesus Cristo, aquele que precisou tocar nas marcas de Jesus para acreditar se era Jesus Cristo e ao tocar professa “Meu Senhor e meu Deus”.
Temos muito ainda que aprender com São Bento, que tinha por base em sua regra “ora et labora”, traduzindo: oração e trabalho, na qual devem caminhar juntos, sabendo que a tentação é perigosa, de nas férias cairmos em uma frouxidão é grande. Mas sabemos que é um período de repousar um pouco mais, aproveitar em rever, visitar, e bater um papo com os amigos, parentes, comunidade e a paróquia de origem e também a família e fazer novas amizades.
Neste tempo de repouso devemos espalhar as sementes do amor, da esperança, da alegria e tantas outras sementes condizentes com o projeto que contribui com o Reino de Deus aqui da terra.
O mês de julho também é conhecido como o mês das férias. Na passagem bíblica que encontramos em Mateus 11, 28 Jesus diz: Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Sabe-se que muitas pessoas como professores e estudantes envolvidas em escolas, faculdades e universidades viveram um semestre intenso, de preparação e aplicação dos conteúdos pelos professores e de estudos, provas e trabalhos exercidos pelos estudantes.
Podemos dizer que em sua grande maioria é exigente os estudos, em que muitas vezes chegamos extasiados no final do semestre, mas devemos saber que é de grande vantagem e quando relembramos o semestre vivido devemos lembrar aquilo que foi positivo e que nos fez crescer para o bem nosso e de nossos irmãos e também para Deus; e algo que ficou como negativo, devemos tirar lições para bem melhorar e saber que das coisas negativas podemos tirar também aquilo que é positivo.
Por isso é um período de repousar, de rezar mais, de rever as atitudes, de ler bons livros, de conversar com os amigos e familiares, de viver a fraternidade, de organizar a vida e de restaurar as energias para retornar e enfrentar com coragem e alegria um semestre que caminha para o final de um ano litúrgico e também do ano civil.
Claro que devemos viver intensamente bem cada dia, sem ansiedades e passividades e entregarmos nossas vidas e preocupações nos braços de Deus que nos ama, que não desiste e não tira férias de nós que somos filhos Dele. 

Seminarista Marcos Natalino Legnani
3º ano de Teologia.

ARTIGO DO MÊS DE ABRIL DE 2017
  QUARESMA, EIS A OPORTUNIDADE!
 Por Eduardo Felizardo de Andrade

Olá amigos internautas!


Eis a oportunidade! Não podemos deixar passar esta quaresma, sem fazer uma experiência profunda, verdadeira, que nos impulsiona para uma vida nova. A Igreja é uma grande pedagoga que nos pega pelas mãos e nos conduz a Cristo atualizando os passos que Ele fez, culminado na Salvação.

Temos a consciência que a quaresma é um tempo forte de interioridade, conversão, etc... De fato, é um caminho à felicidade, que tanto o ser humano busca, então, mais uma chance de reparar, restaurar, rever nossas atitudes, pois “Foi para liberdade que Cristo nos libertou” (Gálatas 5,1).

No cenário social, encontramos muitas pessoas desencontradas, sem sentido na vida, perdendo valores humanos entrando num vazio existencial. Podemos nos perguntar, não há mais esperança no ser humano? A grande resposta é sim, gratuita, de fácil acesso. A esperança está em Jesus Cristo, pois não nos relacionamos com um Deus surreal, mas com uma pessoa real que se comunica.   

Feliz daquele que encontra esse tesouro, que é Jesus. Ele se deixa encontrar na Eucaristia, na palavra de Deus e no rosto do outro. Portanto, a quaresma é este tempo para subir ao calvário, refletindo também as quedas, para assim com Ele chegarmos a ressurreição, à vida nova.
 


ARTIGO DO MÊS DE MARÇO DE 2017

“E VIU QUE TUDO ERA MUITO BOM” (Gn 1, 31)
Por Antônio Hübner da Silva Preve

Iniciamos a Quaresma com a Campanha da Frateridade 2017 que traz como lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15); e como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. O discurso acerca da ecologia tem tomado espaço não só em âmbito global, mas também eclesial, afinal de contas a nossa casa é comum, ou seja, nosso planeta é de todos.

Contudo, existe uma certa dificuldade na contemporaneidade de as pessoas assumirem concretamente este desafio do cuidado. Uma causa para isso é a grande valorização do ser humano em si mesmo frente às demais coisas.

Em filosofia, ao estudar o ser humano, vemos que é próprio deste se relacionar. O humano é relacional por natureza. Relaciona-se com Deus, com o outro e com as coisas (natureza). Porém, parece que a relação com a natureza sai em desvantagem quanto à importância que damos a ela, demonstrando que talvez o cuidado por esta, seja menos fundamental.

O Papa Francisco na encíclica Laudato Si, sobre o cuidado com a casa comum, bem como, os bispos no texto base da Campanha da Fraternidade 2017, mostram-nos que tudo está relacionado e que precisamos da natureza para sobreviver, além de que devemos amá-la, pois “Deus viu que tudo era bom” (Gn 1, 12).

Ser humano sem natureza é alguém sem segurança, sem casa, sem chão. Lembremos-nos de quando éramos crianças e na aula de Artes a professora nos corrigia porque desenhávamos uma casa, uma árvore, um boneco palito, mas esquecíamos de fazer o chão e então a professora dizia: - “Querido, seu desenho está voando?”. Isto é apenas uma alegoria simples para nos recordar a importância do nosso chão, da nossa casa comum que nos sustém: a natureza.

Nós somos seres racionais e por isso, somos os únicos capazes de cuidar disso, pois ao olharmos para os animais e vegetais, eles por si vivem uma harmonia, nós, por outro lado, somos quem constantemente saímos deste complexo harmonioso de realidades humana, divina e natural. Se “Deus viu que tudo era bom” (Gn 1,12), quem somos nós para não darmos a devida importância para a criação que vai além do nosso “eu”?

Motivemos-nos para que com a Campanha da Fraternidade 2017, a consciência de cuidado com a casa comum, de fato, se concretize em nossas vidas, começando pelas pequenas atitudes.

Que nesta Quaresma, que é um tempo de conversão, realmente nossos corações se convertam ao ponto de afirmarmos nas palavras e ações que, verdadeiramente, “[...] tudo é muito bom”. (Gn 1, 31).


ARTIGO DO MÊS DE NOVEMBRO DE 2016



A ENCARNAÇÃO DA MISERICÓRDIA

Por Guilherme Bada Duzzione


Somos convidados no mês de novembro de 2016, que se encerra o Ano da Misericórdia, a refletirmos como vivemos este Ano Santo em nossas vidas. Foi declarado pelo Santo Padre, para celebrar o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II. O Papa explicou na sua primeira catequese depois da abertura do Ano da Misericórdia, que “É necessário reconhecer ser pecador para reforçar em nós a certeza da misericórdia divina”. Convida cada cristão, a reconhecer seus pecados, mas, se entregar arrependido e confiante ao abraço misericordioso do Pai, tão bem simbolizado através da passagem do filho pródigo. Ainda disse o Sumo Pontífice, para orarmos “Senhor, eu sou um pecador, eu sou uma pecadora, venha com a sua misericórdia”. A fim de abrir o coração, para que Deus possa alcançar e iniciar uma nova história de Amor em nossa vida. 

Citando Santo Agostinho na sua obra Cidade de Deus“A misericórdia é a compaixão que o nosso coração experimenta pela miséria alheia, que nos leva a socorrê-la, se o pudermos.” Apontando uma virtude que devemos executar em nossa vida, para com nosso próximo. Misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. A expressão misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração”, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém. No entanto, não pode parar no sentir, deve impelir para ações concretas! 


Deus nos chama a encarnar de modo real a misericórdia em nossa existência! Primeiro experimenta-la em nossa vida. Depois, sermos canal desta misericórdia na vida daqueles que ainda não experimentaram! Diante das situações de morte, indiferença, ódio, necessidades humanas, que encontramos, como agirmos? Na citação do evangelista Mateus, no capítulo 25, sobre o juízo final, Jesus fala que a salvação terá como critério a prática da misericórdia. “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era imigrante e me acolhestes, estava nu e me vestistes, estava enfermo e me visitastes, estava encarcerado e fostes ver-me.” Mas onde está Jesus para fazer isso que ele pede? Ele mesmo responde “todas as vezes que fizerdes a estes meus irmãos menores, a mim o fizestes.” Não fazer isso, é rejeitar o convite divino, e se exonerar do comprometimento da sua proposta. Tendo como fim o castigo eterno. Ele vai separar o Joio do Trigo, as ovelhas das Cabras. Onde queremos ir após está vida, deverá ser a nossa escolha hoje! Que este termino do Ano Santo declarado pelo Papa, continue em nosso coração como um impulso para a prática da misericórdia!  




ARTIGO DO MÊS DE OUTUBRO DE 2016
MÊS MISSIONÁRIO


SER MISSIONÁRIO: EU?



Caros irmãos e irmãs em Cristo,

O mês de Outubro, é o mês missionário e quando se trata de missões, logo nos lembramos das jornadas na África, Amazônia e lugares distantes que apresentam situações de extrema indignidade humana.  Diante disso, podemos pensar: “Ser missionário? Não é para mim!”.
Pois bem, Santa Teresinha do Menino Jesus, na qual, celebramos sua memória no primeiro dia deste mês, é a padroeira das missões. Portanto, podemos achar que ela fez grandes jornadas missionárias pelo mundo, e por isso, recebeu esta atribuição da Igreja. Teresinha, pelo contrário, nunca saiu do carmelo. Então, como pode ela ser considerada uma missionária? Motivados por esta indagação, também nós, simples cristãs e cristãos, podemos encontrar uma razão que nos faça responder diferente à pergunta anteriormente mencionada: “Ser missionário? Sim, eu posso!”. A jovem Teresinha fazia suas missões a partir do que ela chamava de “a pequena via”, que consiste em praticar o amor a Deus e aos irmãos e irmãs no cotidiano da vida e não apenas em eventos especiais. A partir desta via, ela fazia sua missão servindo suas irmãs do carmelo. Contextualizando para nossa vida, podemos seguir a pequena via em nossa casa, com nossa família, no trabalho, colégio, na vida em comunidade, com os amigos, enfim, no meio em que nos situamos. Podemos também ser grandes missionários através da oração e da prática da caridade. Afinal, durante nossa semana, quantas vezes nos deparamos com alguém necessitado? Seja na dimensão material como no caso da pobreza, fome, frio, ou até mesmo na necessidade de atenção, de escuta, de um abraço, de um consolo. Deus nos presenteia com inúmeras situações concretas em que podemos exercer nossa missão de amor a Deus, nos irmãos e irmãs, como Jesus disse certa vez: “[...] cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt, 25, 40).
Na Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, o papa Francisco afirma que “todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (n. 20). Além disso, o Santo Padre na mensagem para o dia mundial das missões de 2016, destaca a importância de anunciar a misericórdia de Deus na ação missionária, convidando-nos

“[...] a olhar a missão [...] como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material. Com efeito, neste Dia Mundial das Missões, todos somos convidados a «sair», como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira. [...] anunciá-la em todos os cantos da terra, até alcançar toda a mulher, homem, idoso, jovem e criança”.

Enfim, o Senhor conta conosco, por isso, que neste mês de Outubro, a pedido do papa Francisco, possamos  em comunhão com toda a Igreja, rezar pela intenção do apostolado da oração pela evangelização, para que a Jornada Missionária Mundial renove em todas as comunidades cristãs a alegria e a responsabilidade de anunciar o Evangelho.
Que Santa Teresinha, através de seu exemplo e sua intercessão, nos ajude a aderir a este chamado missionário e colocá-lo em prática nas possibilidades do nosso cotidiano, a fim de que possamos com a vida cantar:

Aonde mandar eu irei
Seu amor eu não posso ocultar
Quero anunciar para o mundo ouvir
Que Jesus é o nosso Salvador.

Que por intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, celebrada também neste mês, o Senhor nos abençoe.

Por: Antônio Hübner da Silva Preve.  






O CORAÇÃO MISERICORDIOSO DE JESUS E O CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA

Por Marcos Natalino Legnani


Neste mês toda a Igreja celebra fervorosamente a solenidade do Sagrado Coração de Jesus e a memória do Imaculado Coração de Maria. Na solenidade do Coração de Jesus podemos aprender muitas lições para a nossa vida e o nosso crescimento espiritual e fraternal. Celebrando a memória do Imaculado Coração de Maria pode-se aprender a ter um coração que suporta todas as aflições.

Sabemos que Deus fala ao nosso coração e que a verdade nos liberta. Para acontecer à libertação precisamos amar e para amar o próximo precisamos amar a nós mesmos e isso é de grande exigência porque necessitamos constantemente da graça de Deus.

Se Deus nos ama incondicionalmente, incansavelmente, porque, então, nós desistimos facilmente e não vivemos este amor? Porque o nosso amor é na grande maioria fracionado ou fraco e cada pessoa sabe a sua manifestação de amor à Deus. Porém, Deus nos ama com zelo, ama-nos como somos, ergue-nos quando caímos e continua confiando em nós. Eis o que significa o amor do Sagrado Coração.

Por isso, o que nós sentimos em nossos corações, sabemos que Cristo também sentiu os mesmos sentimentos, menos os sentimentos de pecado, porque quando estamos cheios de sentimentos maldosos como: ódio, raiva, rancor ou outros sentimentos que nos faz pecar, sabemos que Cristo não sentiu esses sentimentos, mas,sentimento de angústia. Sendo assim, devemos nos alegrar quando sentimos os mesmoque Cristo, pois quanto mais cresce os nossos sofrimentos, mais nos aproximamos de Deus e somos consolados pelo Amor e Misericórdia do Pai.

Deixemo-nos amar por Deus. Percebamos Seu amor nas criaturas, na história da nossa vida e de nossos irmãos e irmãs. Ele conhece tudo, pronuncia o nosso nome e acompanha as batidas do nosso coração.

Agradeçamos o que Deus fez, faz e continuará fazendo em nós e por meio de nós. Ele ama o pobre, o pecador, o pequeno, sem excluir ninguém. Deus em seu infinito Amor transforma nossas feridas em graças e as fraquezas nos colocam nos Seus braços de Pai. Desta forma, devemos permanecer no seu Amor constantemente.

Peçamos a Jesus Cristo, Nosso Senhor, que torne cada vez mais os nossos corações mansos e humildes como o Dele. E peçamos a intercessão da Virgem Maria com o seu Imaculado Coração para que possamos ter um coração puro e limpo diante das fragilidades da vida. Assim seja. Amém.

Jesus manso e humilde de coração: fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.



Imaculado Coração de Maria: dai-nos a vossa benção maternal.





ARTIGO



Estamos nas vésperas do término do mês de maio.  Mês do trabalhador, onde temos São José Operário como patrono, mês do lar da família, das mães, mês Mariano e por excelência do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi).
Fazendo menção as mães, que são  mulheres, por que não dizer anjos que Deus escolheu para nos gerar, criar, educar, proteger e amar. Não foi por mero acaso que este mês é o mês de MARIA, a cheia de graça a Mãe de Jesus, como nos anuncia o evangelista Lucas (Lc 1,26-28)
Terminamos o mês de maio com a festa da Visitação de Nossa Senhora como nos descreve Lc 1, 39-45. Maria não mede esforços, mesmo grávida põem-se a serviço, vai a uma região montanhosa para ajudar sua prima Isabel, grávida de seis meses, como lhe havia anunciado o Anjo Gabriel. Maria mulher do serviço, da gentileza, da descrição.
Maria, através de seu semblante deixa transparecer a divindade de seu Filho muito amado. Ela é a Mãe do Puro Amor. Maria é a promessa e esperança, é ternura e solidariedade, é bondade e amor. É o veículo direto que nos comunica com Seu Filho Jesus, é nossa intercessora.  Então peçamos a ela as bênçãos de Deus sobre nós, nossas famílias, nosso país.

Seminaristas Richardson Luiz Domingos de Souza





ARTIGO ESPECIAL
EM PREPARAÇÃO A SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ



Semana de Oração pela Unidade Cristã: o Papa Francisco e os pentecostais[1]


André Luís da Rosa;
andreldarosa@hotmail.com

  Caminhamos para o findar do tempo pascal com a festa de Pentecostes.  Portanto, também caminhamos para a celebração da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC). Esta semana possui o claro objetivo de fomentar maior diálogo e unidade entre as Igrejas cristãs, sendo, no Brasil, promovida pelo CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs). Porém, não me aterei em explicá-la, mas aproveitarei do espírito desta semana para, observando a realidade brasileira, enfatizar que seu grande desafio ecumênico trata-se de uma aproximação entre católicos e pentecostais, pois este é, ao mesmo tempo, o maior país católico e pentecostal do mundo.


Todo brasileiro, religioso ou não, sabe, ao menos de modo geral, que católicos e pentecostais são grandes rivais no Brasil. A disputa entre estes dois grupos já se tornou clássica: a internet está recheada de vídeos, imagens, blogs, sites de caráter apologético; os púlpitos acolhem muitas pregações sobre seitas e heresias, prevenindo os fiéis dos “inimigos”, onde a interpretação bíblica é aplicada contra as outras Igrejas (como se a Bíblia já tivesse sido escrita tendo em mente estas denominações e formas eclesiásticas); as famílias estão fartas de testemunhos traumáticos de conversões, geradores de conflitos; as comunidades eclesiásticas estão marcadas por mágoas, geralmente: as católicas pela perda de seus fiéis e as pentecostais pela perseguição recebida em suas origens.

Todavia, quem anuncia que é possível estabelecer um diálogo entre católicos e pentecostais no Brasil? A abertura ecumênica que a teologia católica pós-conciliar tanto tem enfatizado não diz respeito também às Igrejas pentecostais? Que abertura é esta? Como resposta, apresento o testemunho do papa Francisco, que nos leva a acreditar que uma nova página pode ser iniciada no Brasil, pois ele é um “apóstolo do diálogo e da unidade” de nosso tempo, o promotor da “cultura do encontro”, que também inclui em sua agenda os pentecostais.

Como cardeal, Bergoglio era orientador de uma plataforma de diálogo católico-pentecostal na Argentina, a CRECES (Comunión Renovada de Evangélicos y Católicos em el Espíritu Santo), e participava de muitos cultos em Igrejas pentecostais. Como papa, em janeiro de 2014, Francisco gravou uma vídeo mensagem para o encontro de pastores e líderes pentecostais do Texas, Estados Unidos, presidido por Kenneth Coperland, na qual afirmou que o Senhor concluirá a obra da unidade entre os cristãos, e que o milagre da unidade foi iniciado e o Senhor irá concluí-lo.[1] Também, no dia 28 de julho do mesmo ano, Francisco foi o primeiro papa a visitar uma Igreja pentecostal, a Igreja Pentecostal da Reconciliação, do pastor Giovanni Traettino, em Nápoles, na Itália. Nesta ocasião pediu para os cristãos unirem-se na diversidade: “o Espírito Santo cria diversidade na Igreja. A diversidade é bela, mas o próprio Espírito Santo também cria unidade, para que a Igreja esteja unida na diversidade”.[2]  No dia 07 de maio de 2015, cerca de 100 pastores pentecostais de diversas regiões do mundo reuniram-se no Vaticano com o papa Francisco, onde, historicamente, ele afirmou: “entre as pessoas que perseguiram os pentecostais também houve católicos [...]. Eu sou o pastor dos católicos e peço perdão por aqueles irmãos e irmãs católicos que não compreenderam e foram tentados pelo diabo”.[3]

Um gesto concreto pela unidade cristã

 A exemplo do testemunho do papa Francisco, podemos acreditar que é possível um novo modo de a Igreja católica relacionar-se com as Igrejas pentecostais. Por isso, proponho aos irmãos católicos dois gestos concretos para a Semana de Oração pela Unidade Cristã que, se concretizados, favorecerão muito o diálogo entre católicos e pentecostais:

1°- Que nós católicos, baseando-nos no Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo, evitemos nos referir às Igrejas pentecostais como ‘seitas’ pois este termo, em nossa linguagem comum, assume uma conotação pejorativa.[4] Para sabermos: no Brasil, as principais seitas são os adventistas, os  mórmons e  as testemunhas de Jeová. Já as Igrejas pentecostais possuem os ‘Elementos da Igreja’, conforme as orientações do Concílio Vaticano II, no Decreto Unitatis Redintegratio.[5]

2°- Mesmo que a Igreja católica diga reconhecer a diversidade religiosa e respeitar a liberdade religiosa como inerente à condição humana,[6] muitos católicos, mesmo membros da hierarquia, parecem não perceber no pentecostalismo um movimento religioso positivo que se expande por seus próprios méritos e que possui direito à existência. Ao contrário, segundo o teólogo católico Volney José Berkenbrock, devemos reconhecer as Igrejas pentecostais como autênticos espaços de vivência da fé cristã, da experiência viva de Deus.

Para aprofundar o assunto

            Não podemos ser resistentes: a unidade cristã é um mandamento de Cristo e o ecumenismo uma decisão da Igreja Católica no Concílio Vaticano II. Para maior compreensão, devido à complexidade e polêmica do tema em questão, deixo como sugestão para um aprofundamento dois excelentes textos do padre Marcial Maçaneiro, membro da Comissão Internacional de Diálogo Católico-Pentecostal: 


Uma aproximação ao diálogo internacional católico-pentecostal:


O diálogo católico-pentecostal no Brasil: entre desafios e possibilidades:





[1] As principais ideias deste artigo são parte de uma pesquisa maior que realizei e será publicada na revista Caminhos de Diálogo: Revista Brasileira de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, no mês de Julho deste ano.

[2] FRANCISCO. Bispo evangélico grava mensagem com Papa Francisco. Disponível em: <http://papa .cancaonova.com/bispo-evangelico-grava-mensagem-com-papa-francisco/>. Acesso: 16 jan. 2016.

[3] FRANCISCO. O encontro do Papa com pastores pentecostais. Disponível em: <http://br.radiovatica na.va/news/2015/05/08/o_encontro_do_papa_com_pastores_pentecostais/1142696>. Acesso: 16 jan. 2016.

[4] FRANCISCO. Papa recebe pastores pentecostais no Vaticano. Disponível em: <https://noticias.gos pelprime.com.br/papa-pastores-pentecostais-vaticano/>. Acesso: 16 jan. 2016.

[5] CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS. Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2005, p. 184.

[6] CONCÍLIO VATICANO IIDecreto Unitatis Redintegratio. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2005.

[7]Cf. BOCK, Carlos Gilberto. O ecumenismo eclesiástico em debate: uma análise a partir da proposta ecumênica do CONIC. São Leopoldo: Sinodal, 1998, p. 34.







AINDA É TEMPO!



Uma conhecida música desse período quaresmal vai dizer assim: “Eis o tempo de conversão, eis o dia da Salvação, ao Pai voltemos, juntos andemos, eis o tempo de conversão”. Aproxima-se o fim da Quaresma, o tempo em que a Igreja convida os seus fieis a um mergulho interior e a uma verdadeira conversão.

Muitos chegam nessa época com um questionamento: “Será que de fato fiz uma experiência de conversão nessa quaresma?”. E assim, as vezes, o medo e a incerteza começam a pairar na cabeça dos fieis.

Nesta hora, pare e pense, se de fato não conseguiste cumprir todos os propósitos e desafios que colocastes para esta Quaresma, e assim não estás crente em uma verdadeira conversão, ainda é tempo! Todo dia é dia de se voltar para Deus, todo dia é dia de olhar os irmãos nos olhos e enxergar neles o olhar misericordioso de Jesus.

Papa Francisco exorta dizendo que Deus não se cansa de perdoar, os seres humanos é que se cansam de pedir o perdão. Tem-se que ter a consciência de que este é o Ano da Misericórdia, este é o Ano da Conversão, o Ano da Salvação.

Enquanto muitos, mundo afora, vivem sem crer na presença real e na misericórdia de Deus em suas vidas, muitos outros buscam e encontram o abraço e o beijo do reencontro, da Misericórdia do Pai. Assim como o Pai da Parábola do Filho Pródigo (Cf. Lc. 15,11-32) recebe-o de braços abertos, assim também Deus te espera para te abraçar e beijar e te dizer: “Filho amado, ainda é tempo!”.

Assim, não se canse de buscar a Misericórdia, não se canse de receber o Abraço do Pai, se ainda não o fez nessa Quaresma, ainda é tempo, se não conseguirás nestes dias que faltam, Deus lhe aguarda do mesmo jeito durante o resto do ano, cabe a você decidir: Ainda é tempo ou não tenho mais tempo para Deus?



Seminarista Samuel Colombo Pirola – 3 º Ano de Teologia



QUARESMA É CAMINHO
Por Janquiel Pedroso Pires - Quarto ano de teologia


 Entrando no tempo quaresmal, a liturgia nos convida a renovar e reavivar em nossos corações as disposições com que, durante a Vigília Pascal, pronunciaremos de novo as promessas do nosso batismo.
Assim, unidos a Jesus, que segundo a tradição bíblica toma o caminho do deserto para aí ser tentado, entramos com a Igreja na grande provação da quaresma, com a intenção de optar sempre pela vontade do Pai, em todas as circunstâncias.
A mística quaresmal é centrada a partir de três aspectos básicos, a saber, a oração, o jejum e a caridade.
A oração, refere-se a espiritualidade quaresmal que, contemplando a face de Jesus transfigurado, posamos encontrar n’Ele a força para vencer os sofrimentos e dificuldades da vida que passamos, até o dia em que poderemos vê-lo na glória do Pai.
O jejum é a penitência que fazemos para que, com pequenos sacrifícios espirituais apresentados na intimidade diretamente ao Pai, e unindo ao sacrifício redentor de Cristo, sofredor e pobre, possamos no Espírito nascer para uma vida nova.
E a caridade se revela quando assumimos e optamos decididamente pela obediência filial ao Pai, e compreendemos o dom de se doar aos irmãos, por meio da esmola ou por meio de outras ações concretas. No Brasil, esta dimensão é assumida através de uma campanha comum de fraternidade, que une os irmãos em prol de um mesmo tema.
Logo, celebrar no tempo da quaresma, é percorrer com Cristo o itinerário da provação que cabe à Igreja e a todos os que o professam como seu Salvador e Redentor. Para que, depois do caminho percorrido, possamos na noite Pascal, ressuscitar para uma vida nova em Cristo, na glória do Pai e na unidade do Espírito.





SEMINÁRIO TEOLÓGICO BOM PASTOR

INICIANDO SUAS ATIVIDADES NO ANO DO SENHOR DE 2016




Prezados internautas 

Com o objetivo de formar padres segundo o coração de Jesus, estamos iniciando nossas atividades. Os estudos teológicos devem ser realizados de modo a alcançar o objetivo pelo concílio vaticano II: "Que os estudantes possam apuradamente haurir a revelação divina a doutrina católica." (Optatam Totius - Sobre a formação sacerdotal, n 16).



A formação teológica deve estar integrada no conjunto da formação intelectual e, principalmente com a totalidade da vida da casa de formação.
Nosso Seminário Teológico Bom Pastor estará além de sua capacidade. Teremos 15 membros na comunidade e mais 2 membros em estágio pastoral.

Queremos dar as boas vindas a todos principalmente aos novos membros: Antônio Hubner da Silva Preve, Carlos Mateus Possamai Della, Davi Paulo Coelho, Fabrício Filisbino, Guilherme Bada Duzzione, Juliano Pacheco Bitencourt, Roberto Talau, Eduardo Felizardo de Andrade, Rafael Borges Peres Martins.

Confiamos na graça de Deus, a intercessão da Virgem Maria, São José, São João Maria Vianey e o apoio de nossos benfeitores.

Um bom mês a todos, neste Ano Santo da Misericórdia.
Bom Pastor, Dai nos padres segundo o Vosso coração.

Pe. Oscar Paulo Piesch
Reitor.




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ARTIGOS 
2015




O MISTÉRIO DA MISERICÓRDIA

*uma leitura do segundo parágrafo da bula de proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia, Misericórdiae Vultus (MV)

Um coração pobre, que não se vangloria, que não se sente maior, que não deixa habitar em si sentimentos de orgulho ou avareza, um coração humilde. Papa Francisco lembra que a misericórdia em Deus é um mistério a ser contemplado sempre (MV 2). Deus, que a tudo criou segundo sua imagem e semelhança, revela em seu Filho primogênito as profundezas de sua ação para com o ser humano, revela a sua infinita misericórdia.

Deus esvazia-se, rebaixa-se de sua infinitude, torna-se humano, para que Nele contemplemos a misericórdia. Talvez seja esse um grande segredo que tanto humanizou a Jesus Cristo, permitir-se ser o reflexo da misericórdia do Pai, permitir-se ser testemunha fiel daquilo que brota em plenitude do coração de Deus, e viver a cada momento a misericórdia.

Papa Francisco insiste na misericórdia como fonte dessa humanidade quando ensina a vê-la tal qual uma “lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida” (MV 2).

Viver a misericórdia torna-se via para não cair em pecado, e também meio para afastar o indiferentismo, um dos grandes culpados desta sociedade cada vez mais desumana. A misericórdia não tem olhos superiores, ensina a acolher em verdade, sem más intenções. Permitir-se agir com atos de misericórdia ensina a ser grande de um jeito diferente, ensina a ser grande como Jesus o foi, ensina a grandeza de coração.

E eis que Jesus coloca a humanidade diante de um paradoxo, quando assim aponta um coração humilde e pequeno como um coração grande e cheio de valores. É Deus mesmo ensinando a ser gente, é o Verbo Criador vindo ao encontro de sua amada criatura para apresentar-lhe valores que não passam, valores eternos, valores que salvam, que se transformam em uma diária redenção. A misericórdia tem o poder de redimir a humanidade, pois “é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro” (MV 2).

O paradoxo, o mistério da misericórdia, é a via mais rápida que aproxima o ser humano de Deus, “é o caminho que une Deus e o homem” (MV 2), é a potente força que impele Deus a buscar a humanidade,  é também o atributo mais arraigado (e por isso mais escondido) no coração humano, pois pode vivê-lo independente de credo, raça, língua ou nação.


É no mistério da misericórdia que os homens se reconhecem, entram em comunhão, pois de igual modo a carregam em si. E assim, do mesmo modo, o coração de Deus se une profundamente ao coração humano. 

Artigo escrito pelo Seminarista Rodrigo Cristóvão Emerim, está cursando o segundo ano do curso de teologia, e é natural da Paróquia Santa Rosa de Lima, em Santa Rosa do Sul. 



NÃO EXISTE CRISTÃO SEM VOCAÇÃO



Se me perguntassem hoje o que é vocação, eu diria: vocação é quando estamos apaixonados por algo. E mesmo que todas as pessoas olhem para nós e não nos compreendam, digam que isso não faz sentido, que não possui utilidade alguma, ainda assim continuo apaixonado por aquilo que amo. Isso é vocação.

Não existe pessoa que não possua uma paixão; todos possuem algo que gostam de fazer mais que todas as outras coisas. Isso é vocação. E aqui está uma verdade que muitos na Igreja ainda não conseguiram compreender: não existe cristão sem vocação. Sim! Cada cristão batizado é um vocacionado.

A primeira vocação comum de todos os cristãos é a vida, que nos foi dada por Deus e precisamos cuidá-la. Depois, todos são chamados à santidade, buscando serem mais semelhantes a Cristo. E, por fim, cada um possui uma vocação específica: uns possuem um chamado mais estritamente relacionado a alguma atividade pastoral, como os leigos, lideranças de comunidades, catequistas, músicos, entre muitos outros; e os sacerdotes, religiosos e religiosas que consagram toda sua vida à Igreja. 

Também há outros cristãos que professam publicamente sua fé, mas possuem uma vocação que atua nos mais diversos setores da sociedade, como os professores nas escolas, por exemplo. Precisamos tomar consciência de que todos somos vocacionados, todos somos chamados por Deus, independente de classe social, formação escolar, etnia, gênero... Pois Deus tem uma missão para cada batizado. 

E você, já descobriu sua vocação? Sua vocação é aquilo que quando você faz deixa seu coração vibrando. Portanto, poderia perguntar assim: o que você faz que deixa seu coração vibrante, ardente? Essa é a sua vocação.

Artigo escrito pelo Seminarista André Luís da Rosa, está cursando o primeiro ano do curso de teologia, e é natural da Paróquia São Miguel, da Vila Nova, Içara. 


O MAIS IMPORTANTE É O AMOR


Certa vez uma pessoa que me é muito querida, me fez uma pergunta, assim, de repente, sem aviso prévio:
- Qual foi a maior realização da sua vida?

A resposta que dei, para a minha própria surpresa, saiu quase que de imediato:
- A maior realização de minha vida é este dia que eu estou vivendo!

Ficamos uns instantes em silêncio... saboreando a resposta... Só depois dei a justificação dela.

Sim! De fato, a maior realização da minha vida é o momento presente, pois ele é fruto de tudo o que nela aconteceu e prepara tudo o que está ainda por acontecer. Nesse pensamento, reside a certeza de que "tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28) e que por Deus são amados, e não há pessoa ou ser criado quem não seja amado!

São João Paulo II, certa vez disse que "o amor me explicou todas as coisas". Aí está o grande segredo para compreendermos que toda a nossa vida faz parte de um imenso projeto do amor de Deus, no qual tudo o que acontece é para nosso bem, pois Deus quer "que todos sejam salvos" (1Tm 2,4).

Se em todos os dias de nossas vidas estivermos convictos de que o mais importante é o amor, compreenderemos melhor tudo o que acontece em nossas vidas.

Quando nos sentimos amados, tudo se ilumina, tudo se modifica! Nós mesmos tomamos atitudes que antes não tomávamos e a sábia expressão popular "amor com amor se paga" explica tudo o que acontece conosco. Então, podemos entender melhor o que Paulo quis dizer quando afirmou que "o amor de Cristo nos impulsiona" (1Cor 5,14).

É através do amor que o ser humano dá o melhor de si. É através do amor que se dá, no interior do ser humano, uma profunda mudança. Porém, essa transformação não fica escondida em seu coração, ela começa a modificar o próprio meio em que o ser humano vive.

Pois o "amor é paciente, é prestativo, não é invejoso, não se vangloria, não é orgulhoso, não falta com o respeito, não é interesseiro, não se irrita, não planeja o mal, não se alegra com a injustiça, se alegra com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1Cor 13,4-7)

O amor é a grande solução para tudo! E se eu tudo quiser fazer para melhorar o mundo "se eu não tenho amor, eu nada sou" (1Cor 13,2), eu nada faço de útil.

Esse é o convite que recebemos todos os dias, para que cada dia seja a maior realização de nossas vidas!

Marcos Renato Silva Antônio, é seminarista da Paróquia Nossa Senhora da Salete, no Bairro Próspera de Criciúma e está em estudos complementares.

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O CORAÇÃO EUCARÍSTICO DE CRISTO





Estamos no mês de Junho, um mês marcado por muitas festas de forte devoção e populares em nosso País: Santo Antonio, São João, São Pedro, São Paulo, Imaculado Coração de Maria e Sagrado Coração de Jesus. Mas por excelência a festa mais intensa é o Corpus Christi, o Corpo e o Sangue do Senhor: o meu, o seu, o nosso alimento diário. E Jesus Cristo por amor a nós é a humanidade se fez bebida e comida. 

Por isso devemos adorar Jesus Cristo na Eucaristia, presente em todos sacrários  espalhados no mundo todo.  O sacramento da Eucaristia é o ápice de nossa vida e da Igreja, sinal de amor de Deus a todos nós que nos dá o seu Filho amado para nos salvar e nos lavar de nossos pecados.  E o dever de nós cristãos é estar intimamente ligados a Cristo de Coração a coração, fazendo com que nosso coração seja um coração manso e humilde como o D’Ele. E como diz Cristo na fração de seu corpo: “Eu são o pão vivo que descido do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é minha carne, para a vida do mundo. Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no ultimo dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo, 6, 51. 54-56).

Jesus se faz em sacrifício para nós, não precisa mas sacrificar animais como ofertas, Ele é o Cordeiro de Deus que se sacrifica de uma vez por todas por nossos pecados.  Portanto, devemos nos saciarmos desta fonte que é Jesus, e esta fonte nos santifica , nos purifica e nos põe em comunhão admirável com Deus. Peçamos ao Jesus Sacramentado que abençoe os presbíteros da Igreja que através da força do Espírito Santo nos traz Jesus até os nossos altares e peçamos ao Senhor da messe que envie mais e mais operários para a messe  pois é grande e necessita urgentemente de operários.


Jesus Sacramentado abençoai os padres do Brasil e do mundo inteiro!

Seminarista Marcos Natalino Legnani
Seminarista do Primeiro Ano de Teologia
Paróquia Imaculado Coração de Maria - Lauro Muller


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EM CRISTO O SOFRIMENTO TEM SENTIDO




É normal nós ouvirmos as pessoas, e até nós mesmos nos perguntarmos diante de uma experiência de sofrimento ou de dor: por que? Por que isso aconteceu comigo?

O fato, é que o sofrimento faz parte de nossa natureza humana: somos limitados, e na dor experimentamos de maneira concreta o nosso limite. Todo mundo sofre, tem seus problemas, maiores ou menores, mas todos têm sua cruz. Você já viu alguém que não sofre?

Jesus sofreu, e sofreu muito. Os Evangelhos nos mostram um Jesus que sofre com as perseguições dos fariseus e doutores da lei, que chora sobre a cidade de Jerusalém, e que chora com a morte de Lázaro. É claro sem falar de sua Paixão e morte. É uma Deus totalmente humanizado.

Diante do sofrimento, podemos fazer-nos uma pergunta diferente: o que eu posso aprender com isso? O que Deus quer me ensinar com isso? Em muitas situações de dor, Deus é sempre o culpado, porém, Ele pode ser justamente aquele que pode dar um novo sentido ao sofrer, como diz santo Tomás de Aquino: “Deus tira o bem até dos males.” Não podemos permitir que o sofrimento seja definitivo, não devemos pôr um ponto final, mas uma vírgula, e continuarmos nossa história, pois depois da cruz vem a ressurreição.

Diante de Jesus Crucificado, estava Nossa Senhora (Jo 19, 25), e de pé. Imaginem uma mãe em pé diante de seu filho crucificado! Frieza? Não, maturidade na fé. Maria sabia que a perda de seu filho não era para sempre, seus olhos estão fixos na ressurreição, na vitória. Se tivermos nossos olhos fixos somente em nossos sentimentos e em nossa dor, como poderemos superar o sofrimento?

Que saibamos como Maria, mulher eucarística e da Palavra, a superar os sofrimentos da vida tendo consciência que depois que passarem, seremos diferentes, mais amadurecidos, pois depois de toda poda vem nova vida.  

Seminarista Daniel Zilli Da Rolt
Paróquia São Donato - Içara

4º ano de teologia  






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CRISTO VENCEU A MORTE




Vivendo esse tempo pascal, no qual a Igreja convida os cristãos a se alegrarem com a ressurreição do Filho de Deus. É tempo de graça e libertação, pois o silêncio da morte foi rompido pela luz do ressuscitado.

Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos. (Salmo 118, 24). Dia importante para os cristãos, onde a alegria é renovada, tudo por causa do amor de Deus aos seus filhos e filhas.

O Cristo que venceu a morte convida a cada seguidor e seguidora a buscar as coisas do alto. Buscando-as, estaremos nos relacionando com Cristo, que é a plenitude da revelação de Deus. É Nele que o próprio Pai se revela, garantindo a liberdade e a segurança para aquele que O segue.

Aquele que estava na mansão dos mortos não deixou sua Igreja desamparada, foi com a sua luz esplendorosa que iluminou a todos os cristãos, fortalecendo os corações tristes, desanimados por causa de sua morte. O sepulcro está vazio, o ressuscitado vive entre nós!

Como cristãos seguidores e seguidoras do Mestre, deixemos nossa alma ser purificada, iluminada pela sua ressurreição. Ele quer caminhar conosco, ajudando-nos e encorajando-nos na missão que nos foi confiada, de anunciar a boa nova aos mais necessitados.

Seminarista Elisson Custódio Borges
Paróquia São Miguel – Vila Nova / Içara
Segundo Ano de Teologia




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São José: homem justo segundo o coração de Deus

          Embora vivendo esse tempo santo da Quaresma, cuja finalidade é nos preparar para a celebração da Páscoa do Senhor, a Igreja nos chama, no dia de 19 de março, a olharmos para um grande homem: São José. Ele foi proclamado pelo Papa Pio IX como patrono da Igreja Universal, em 8 de dezembro de 1870. Nosso povo tem uma especial devoção a São José por ser padroeiro também de nossa Diocese de Criciúma, além de protetor das famílias e dos moribundos.

          A Sagrada Escritura pouco fala do pai adotivo de Jesus. Porém, no evangelho de Mateus (Mt 1, 19) encontra-se um grande elogio feito a ele: José, diante da gravidez de Maria, escolhe não a difamar. Nessa decisão Mateus teve um sinal de que José era “homem justo”. Mas o que significa tal expressão? Justo era um título dado às grandes figuras do Antigo Testamento, dentre elas Abraão. Mas é o Salmo 1 que apresenta a imagem clássica do “justo”, o que pode-se considerar um retrato da figura espiritual de São José. O justo, segundo esse Salmo, é um homem que vive em intenso contato com a Palavra de Deus, que “encontra o prazer na lei do Senhor (Sl 1, 2).” “Para ele, a vontade de Deus não é uma lei imposta a partir de fora, mas ‘alegria’ para ele, a lei torna-se espontaneamente ‘evangelho’, boa-nova, porque ele a interpreta-a numa atitude de abertura pessoal e cheia de amor para com Deus, e assim aprende a compreendê-la e vivê-la a partir de dentro” (Bento XVI, A Infância de Jesus, p. 39).

          Tal cena bíblica nos leva a perceber em São José um modelo de intimidade com o divino, de uma peculiar sensibilidade a Deus, que se revela no cotidiano da vida e da história. Percebe-se ainda em José, um modelo de paternidade, que assumiu com imensa responsabilidade a missão que lhe foi confiada: cuidar do menino Jesus, Deus feito homem. “São José, que o povo cristão invoca com fidelidade, oriente sempre os passos da família de Deus; ajude de maneira toda especial aqueles que exercitam a responsabilidade da paternidade seja física ou espiritual” (São João Paulo II, 18 de março de 2001).

          Encontrando em São José um modelo de justiça e um poderoso intercessor, peçamos-lhe seu auxílio, para que possamos reconhecer com coração dócil, a presença e a mensagem de Deus em nosso dia-a-dia, e nos preparemos dignamente para as festas pascais que se aproximam. O Espírito Santo nos converta em “homens justos”, e dispostos a viverem a vida ressuscitada do Batismo.

Seminarista Jonas Emerim Velho
4º ano de Teologia





________________________________________________Quaresma: Tempo de Amar e Servir

O mês de fevereiro já vai se acabando, passaram-se as festas de fim de ano, passou o carnaval, e eis que agora é hora de parar para pensar e refletir, é o tempo da Quaresma, quarenta dias antes da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. São dias de conversão interior, dias para se pensar, rezar, jejuar, sentir a Deus e deixar ser tocado por Ele.
A Igreja Católica tem a graça de poder refletir nesse tempo propício o tema proposto pela Campanha da Fraternidade que este ano consiste em “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45). Os quarenta dias que antecedem a Páscoa do Senhor chamam o fiel a recolher-se e buscar encontrar dentro de si um novo caminho, um novo estímulo para ir em frente.
O tema da campanha deste ano é muito interessante haja vista o mundo em que vivemos, onde o individualismo e o materialismo tem tomado conta, onde as pessoas muitas vezes são excluídas e deixadas de lado, ao passo que são consideradas muitas vezes como objetos descartáveis e inúteis, são aproveitadas quando necessário e jogadas fora no instante seguinte.
Nós fieis cristãos, católicos, devemos neste tempo, e impulsionados por esse tema nos lembrar, que Cristo veio para amar e para servir, Ele abaixou-se e lavou os pés de seus discípulos, e nós a imagem e semelhança desse Pai misericordioso devemos fazer o mesmo, nos colocar a serviço, a disposição dos outros, principalmente daqueles que mais necessitam e dos que menos tem para viver.
Nunca devemos fazer um serviço para aparecer e somente para aqueles que nos darão algum benefício, muito pelo contrário, devemos amar e servir aos mais pobres e pequenos, aos doentes, aos necessitados, aqueles que nos pedem ajuda e oração, servir física e espiritualmente a todas as pessoas atribuladas e também aqueles que dizem não acreditar nem em Deus, a estes devemos clamar o amor e a misericórdia Daquele que veio para servir.
Que possamos nesta quaresma sermos instrumentos de amor e paz por onde passarmos, e que a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua mãe Maria, serva fiel até o fim, possamos nos colocar a disposição dos mais necessitados e sempre dizer “Eu vim para servir”.
Que Deus abençoe a todos, uma santa e abençoada quaresma!


Sem. Samuel Colombo Pirola – 2º Ano de Teologia.


QUARESMA: TEMPO DE CONVERSÃO



Mais uma quaresma se inicia, novamente é o tempo da conversão. São quarenta dias até a paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor. Passadas as festas de carnaval, os momentos de alegria, de danças, de ficar com os amigos, ou até para alguns mais ousados, o momento de um retiro espiritual para interiorizar-se para a quaresma, começa a quarta-feira de Cinzas.
Nesta, na tradição de nossa Igreja Católica, os cristãos procuram ir a Santa Missa e nela recebem na fronte ou sobre a cabeça as cinzas, representando um sinal para que se convertam e tenham a certeza de que do pó vieram e para ele é que voltarão. O sacerdote coloca as cinzas sobre o fiel e diz “Convertei-vos e Crede no Evangelho” (Mc 1,15).
Os quarenta dias que se seguem representam os dias em que Jesus sofreu as tentações no deserto e por cada um de nós Ele resistiu e venceu, e após deixou-se imolar para se cumprir a profecia e assim pagou o preço na cruz por nossos pecados, e pelo infinito amor que tem por cada um de nós.
No tempo da quaresma os cristãos são convidados a jejuar, a serem caridosos com os irmãos aos quais convivem e a orar sem cessar. É comum também entre os cristãos fazerem alguns propósitos neste período, advindo de um processo de reflexão e oração, eles percebem que determinadas coisas que lhes fazem falta devem ser deixadas de lado pelos quarenta dias, em forma de penitência, por exemplo, abster-se de comer chocolate por quarenta dias, ou tomar refrigerante, comer carne, deixar de acessar o facebook e assim sucessivamente.
Por fim, diz-nos o Catecismo da Igreja Católica sobre a quaresma que “ esse tempo é particularmente apropriado aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna.” (CIC 1438).
Convertei-vos irmãos e credes realmente no Evangelho, Cristo é a Palavra, é a Luz, é a Vida, é Ele quem nos salva. Que possamos fazer uma excelente quaresma e prepararmos bem o nosso coração para a Santa Páscoa. Que o Espírito Santo de Deus nos abençoe e nos guie sempre pelos caminhos corretos e que Maria, a grande mãe do Sim, ajude-nos a caminhar com seu Filho Jesus no deserto e rumo ao Calvário.

Seminarista Samuel Colombo Pirola
1º ano de Teologia



A ALEGRIA DO EVANGELHO


A primeira exortação apostólica do Santo Padre Francisco denominada Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) apresenta as conclusões do Sínodo da Nova Evangelização que fora presidido pelo Papa emérito Bento XVI em outubro de 2012. Nesse documento, Francisco, ao tratar da evangelização no mundo atual, convoca toda Igreja a voltar a alegria e ao ardor missionário que brota do encontro com Jesus Cristo. Para isso ele baseia-se na doutrina da Constituição Dogmática Lumem Gentium, do Concílio Vaticano II. A partir disso, gostaria de destacar três aspectos da Evangelii Gaudium que penso serem importantes para todos aqueles que querem, com a sinceridade de seus corações, serem discípulos missionários.

Em primeiro lugar, o Papa Francisco motiva todos os batizados a voltarem ao ardor missionário. Porém, o missionário é também, e sempre será, discípulo. Sem o discipulado a missão torna-se vazia e puro ativismo. É preciso partir de uma experiência de Deus: “Se uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de preparação para sair e anunciá-lo.” (n. 120) Depois de termos encontrado o olhar de Jesus, proclamamos com alegria: encontramos o Messias! (cf. Jo 1, 41) O encontro com Jesus Cristo é que dá sentido à nossa vida e ação evangelizadora. “O teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele, pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros.” (n. 121)

Em segundo lugar, em nossa ação pastoral, é preciso exprimir inicialmente o coração do Evangelho, “neste núcleo fundamental o que sobressai é a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado.” (n. 36) O Santo Padre não quer mutilar o Evangelho simplesmente esquecendo-se de seu conteúdo moral, mas diz que a Boa Notícia cristã convida, antes de tudo, a responder a Deus que nos ama e salva. Nossa pregação não pode reduzir-se a uma filosofia prática, ou um catálogo de pecados e erros, pois assim, anunciaríamos uma má notícia e não a Boa Nova que Deus nos revelou, o querigma cristão: “Jesus Cristo ama-te, deu a vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer e libertar.” (n. 164) Da descoberta dessa verdade é que nasce a vida cristã.

E em terceiro lugar, nossa ação evangelizadora se dá em comunhão com o povo do Senhor, a comunidade que é a Igreja. O Papa nos alerta do risco do individualismo que marca a cultura atual: “Não se vive melhor fugindo dos outros, escondendo-se, negando-se a partilhar, resistindo a dar, fechando-se na comodidade. Isto não é senão um lento suicídio.” (n. 272) É necessário adquirirmos um novo olhar que contemple o outro como obra de Deus, e por isso digno de nossa dedicação. Na cruz Jesus derramou seu sangue por cada pessoa. Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom de nossa vida (cf. n. 274).

Muitos outros elementos do documento poderiam ser realçados, mas creio que esses já nos ajudam e desafiam bastante. O importante é retornar a riqueza de nossa fé e a alegria do Evangelho, “que é a mensagem mais bela que há neste mundo.” (n. 277) Rendemos graças a Deus que nesse tempo em que vivemos nos deu o dom da fé e a alegria de conhecermos sua Boa Notícia. Mas essa graça é também responsabilidade de anunciarmos aos outros esse Evangelho, em comunhão com a Igreja, discípula missionária do Senhor. Para nós, que nos esforçamos em sermos discípulos missionários no complexo mundo atual, permanece a certeza de que evangelizar não é um peso, mas graça e grande alegria.

Jonas Emerim Velho

3º Ano de Teologia

                                                                                       

ADVENTO: UM TEMPO DE PREPARAÇÃO

     Ao receber uma visita importante em casa, os donos da casa preparam o ambiente, a refeição, a porta de entrada. É preciso estar tudo em ordem para poder acolher bem, passar uma boa impressão, criar um ambiente propício para que a visita sinta-se bem e deseje voltar.      Celebrar o Advento aos olhos da fé é viver esta mesma expectativa da chegada de uma pessoa importante. O que muda aqui nesta comparação é a casa, que ao invés de ser a casa material é a casa do coração, e a visita importante é Jesus. O“Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14), nasceu da virgem Maria, assumiu nossa humanidade e se fez um conosco, para poder redimir nossos pecados com o sangue derramado na cruz. (cf. Ef 1,7)     Preparar o coração para receber o Menino Deus é alimentar a esperança de uma nova vida, de uma nova oportunidade, é fortalecer a aliança com Deus, que se deixou encontrar em seu filho Jesus Cristo, que se revelou a nós por amor e gratuidade. Jesus vem ser a Luz de Deus que ilumina a vida de escravidão, de pecado e infidelidade, (cf. Is 9,1) apontando um novo caminho, um novo projeto a ser seguido e que levará todos ao amor do Pai. (cf. Jo 14, 23) Assim como a casa é organizada para receber a visita, é preciso organizar a vida interior, as coisas do coração para que Jesus se sinta acolhido, ou melhor, para que ele possa entrar. Como está o coração do homem? E como prepara-lo para este encontro?
     Algumas atitudes interiores auxiliam nesta preparação: a busca pelo Sacramento da Reconciliação, a intensificação da oração e do exercício da caridade, a participação na comunidade através dos grupos de família, e principalmente participando da Celebração Eucarística: centro e ápice de nossa fé e que nos edifica, fortalece e santifica. Estas são algumas ferramentas que podem ajudar a mergulhar com maior intensidade no mistério da Encarnação do Verbo. Eis o que propõe este tempo litúrgico do advento: “Vigiar e orar” (Mt 26, 41).     Que este Advento não seja vivido como apenas mais um, mas que verdadeiramente o coração possa estar preparado para acolher a novidade que Cristo traz em si mesmo. Ele é o Alfa e Ômega, o principio e fim, a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda criatura, tudo foi feito Nele, por Ele e para Ele. (cf. Col 1, 15-16)
Seminarista Mateus Réus dos Reis
1º Ano de Teologia




A fé em Jesus

   A oportunidade de celebrar o Ano da Fé em toda a Igreja, proporcionou aos fiéis uma plena conversão a Deus, com o intuito de reforçar a fé n'Ele, para, em seguida, anunciá-Lo com alegria às famílias da atualidade.
   O Papa emérito Bento XVI comparava o amadurecimento na fé como um caminho que perpassa toda a vida. “Este caminho tem início com o Batismo, onde, a partir do qual, é possível dirigir-se a Deus com o nome de Pai, e só será concluído com a passagem através da morte para a vida eterna”.
   Mas, durante o ano, às vezes nos perguntávamos: Como vivenciar a fé no dia a dia onde as coisas acontecem de modo tão superficial? Como permanecer firmes na fé em que cremos num mundo onde existem tantas opções? Tantos atrativos? Num mundo onde se vê pessoas tão vazias?
   E sabíamos ainda que, esses questionamentos, eram apenas algumas das interrogativas que invadiam nossa vida. Então, para uma tentativa de resposta aos mesmos, precisamos refletir um pouco, de modo que, em seguida possamos vivenciar a nossa fé de um modo mais autêntico e mais cristão.
   Ainda na perspectiva da vivência, sabemos que não é fácil viver e praticar a fé, mas, precisamos com pequenas atitudes, em nosso cotidiano e nos ambientes aos quais vivemos, mostrar que, a vida só é vazia de sentido e sem fé, quando não amamos alguém ou não temos um ideal, uma meta. Isso nós temos! O cristão de verdade, ama e visa, Jesus Cristo e a felicidade eterna, pois, fomos criados para o céu.
   O próprio Papa Francisco, em sua homilia no encerramento do Ano da Fé, afirmou que “[...] a atitude de quem crê é simplesmente reconhecer e aceitar Jesus como centro e fundamento de sua vida.” Então, busquemos Aquilo que realmente vale a pena e que é essencial para nossas vidas. Pois, seria ridículo ver alguém com dor de dente procurando o advogado ao invés do dentista.
   O Ano da Fé se encerrou, mais ainda temos que aprofundá-la nas suas raízes, e, incessantemente buscar a Deus, caso contrário, só aumentaremos as confusões que já existem dentro de nós.
   Sabemos, que a luz do sol vai entrando e penetra em nossa casa a medida em que vamos abrindo as janelas e deixamos ela entrar, não é? Pois então, “reavivamos os dons espirituais que Deus depositou em cada um de nós” (Cf. 2 Tm 1,6) nesse início do Advento, pois sempre há esperança.
   Como diz o ditado: Só não chega quem não vai, só não ganha quem não joga, só não consegue quem não tenta, pois sempre é tempo, e, a porta da fé está sempre aberta para cada um de nós. Deus nunca desiste, e agora, mais uma vez, na simplicidade e fraqueza de um recém nascido, oculta toda a sua força e seu poder para nos conquistar.
           
                                                                                          Sem. Janquiel Pedroso Pires
                                                                                                        1º ano de Teologia

           
A oração do Rosário

   Para muitos se tornou algo do passado, para outros é uma oração repetitiva, para outros oração cansativa, e para outros, para outros... Mas para nos católicos apostólicos romanos, a oração do santo Rosário é importantíssima, e possui um valor inexplicável, pois quando rezado com fé e devoção, nos faz mergulhar nos mistérios de Deus e da salvação oferecida à humanidade em seu Filho Unigênito. A cada mistério contempla-se a vida de Jesus Cristo, sua Encarnação, fatos importantes que encontram-se nos Evangelhos, e também acontecimentos ligados à vida da Virgem Maria, e que tiveram importância na história da salvação.
   Muitos são os testemunhos de pessoas praticantes deste método de oração tão simples, mas ao mesmo tempo tão profunda, com um poder sem limites. Durante minha vida de seminário e pastoral, várias pessoas, que não se encontravam consigo mesmas, com problemas no relacionamento matrimonial, medo, insegurança... depois que conheceram a recitação do Rosário, e se lançaram na oração diariamente, em família e em comunidade, suas vidas hoje testemunham a mudança.
   Façamos a experiência! Nossa Senhora em suas aparições em Fátima pediu que se rezasse o Rosário (ou o terço) todos os dias, e muitas graças seriam alcançadas. E com certeza, a maior graça que pode ser alcançada com essa oração é a nossa conversão a Jesus, o filho de Maria. Rezar nunca é demais, e como dizia São Pio de Pietrelcina: “Rezem o Rosário e façam com que seja rezado”.
                                                                                     
                                Seminarista Daniel Zilli Da Rolt 
                                    2º ano de Teologia



Discípulos Missionários



   Nos últimos anos a Igreja tem convocado os fiéis a renovarem seu ardor missionário, isto é, redescobrirem a alegria que é conhecer Jesus Cristo e de poder anunciá-lo. O Documento de Aparecida chama os católicos a serem verdadeiros discípulos missionários. Numa sociedade afetada pela mudança de época, “como discípulos e missionários, somos chamados a intensificar nossa resposta de fé e anunciar que Cristo redimiu todos os pecados e males da humanidade” (DAp, n. 134). O discipulado, cuja característica é a missionariedade, é o desafio dos seguidores de Jesus hoje. Essa identidade realiza-se quando vivemos dois movimentos constantes e complementares: “vinde” e “ide”.

   Primeiro é preciso ser discípulo, estar com o Mestre: “Vinde a mim todos vós que estais cansados sob o peso de vosso fardo e eu vos darei descanso” (Mt 11, 28). Jesus nos chama à sua companhia, para estar com Ele que nos revela o Deus vivo e verdadeiro, para ouvir sua Palavra, ter intimidade com Ele, conhecer seu coração. É próprio do ser humano o desejo de encontrar o Senhor e deixar-se encontrar por Ele. Santo Agostinho experimentou isso de maneira bem concreta: “Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti” (Confissões, p. 15). Ser discípulo é reconhecer a primazia da oração em nossa vida, e obedecer à voz do Senhor que diz: “vinde”.

   Em segundo lugar, é preciso que ouçamos o que também diz Jesus: “Ide! Eis que vos envio como cordeiros entre lobos” (Lc 10, 3). É o mandato missionário de Cristo a toda Igreja. Nossa missão é de anunciar e testemunhar o reinado de Deus, participando da missão do próprio Jesus. “O discípulo, à medida que conhece o ama o Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria” (DAp. n. 278e). Se estivermos convictos de que Cristo traz vida plena e de que o conhecemos na Igreja, não teremos receio de anunciá-lo nos ambientes que frequentamos.

   Assim, nossa vida cristã acontece nesses dois movimentos, “vinde” e “ide”. Se sou somente discípulo, fecho-me em uma espiritualidade intimista; se sou somente missionário, deixo-me levar pelo ativismo. É preciso encontrar o equilíbrio entre as duas atitudes: eis a proposta da Igreja, de sermos cada vez mais discípulos missionários, sal da terra e luz do mundo, refletindo a luz do Senhor, e proclamando que Ele traz verdadeiro sentido à nossa existência, pois “no início do ser cristão há [...] o encontro com uma pessoa que dá à vida um novo horizonte e, assim, o rumo decisivo” (Bento XVI, Deus Caritas Est, n. 1).

                                                                                                      
                                                                                                     
                                                                                                   Jonas Emerim Velho  
                                                                                                       2º ano de Teologia 




Momento de fé e muita emoção



   Vivendo a expectativa da Jornada e acompanhando os preparativos da JMJ, pude de fato entender o grande evento católico que seria realizado no Brasil. Quando começou a Jornada com a missa de abertura onde reuniu 500 mil jovens, eu pensava que ficariam tranquilos os momentos vividos no Rio de Janeiro.
   Ao estar lá e tendo o maior orgulho de ser católico, tive a maior experiência de fé da minha vida, a oportunidade de ver o Papa Francisco, o privilégio de conhecer pessoas de diversas culturas e diversas línguas, mas com um único objetivo, Jesus Cristo, professando uma só fé e participando da mesma Missa.
   Em Copacabana, o evento realizado foi algo magnífico, a cada momento vivido era de fato uma emoção muito grande. Os jovens participavam com muito entusiasmo e vontade, por isso é que foi maravilhoso a cada palavra do Papa Francisco colocado era escutado e guardado no coração dos jovens.
   A experiência mais profunda foi na Vigília de sábado à noite, onde aconteceram alguns testemunhos, a palavra do Papa Francisco e depois um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, mais de três milhões de jovens ajoelhados na presença de Cristo renovaram sua fé.
As palavras do Papa Francisco nos tocaram o coração, era como que um pai conversando com seus filhos alertando sobre o mundo, mas dando carinho, amor e afeto. Algo muito bonito que o Santo Padre disse que me tocou foi isso: Mas, fica a pergunta: por onde começar? A quem vamos pedir que se comece isso ou aquilo? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, por onde começaríamos a mudar, e ela respondeu: você e eu! Ela tinha muita garra e sabia por onde começar. Repito as palavras de Madre Teresa: começamos por mim e por você. Faça essa mesma pergunta: se tenho que começar por mim mesmo, por onde devo começar? Abra seus corações para que Jesus lhes fale”. Essas palavras me deixaram muito emocionado, era Jesus falando ao meu coração e dizendo para não parar de evangelizar e levar as pessoas ao encontro com Cristo.
Os quatros dias que passei na jornada foi cansativo, mas era algo que impulsionava a querer mais, por que era bom, foi algo inexplicável, se fosse para fazer tudo de novo eu faria, pois com toda a certeza Cristo estava lá em todos os momentos.
Quando cheguei a minha casa parecia que eu já sentia uma saudade dos momentos, mas de poder estar lá na presença do Papa e de Deus. Com todo o coração, posso dizer que não vou parar pelo caminho, pois o meu coração deseja levar o amor de Deus as pessoas. Só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade e que Ele possa nos abençoar e  proteger.



Seminarista Tiago Dal Molin Mazzuchello 
1º ano de Teologia






A purificação espiritual do homem e da mulher


Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: Vai lavar-te sete vezes no Jordão e tua carne ficará limpa”(II Rs 5,10).

Para contextualizar-nos neste texto da Sagrada Escritura, a Palavra do Senhor nos fala da saga do general da Síria chamado Naamã. Naamã era um homem valente, mas sofria da doença da lepra. Naamã soube que na Samaria, havia um profeta chamado Eliseu, que segundo sua fama, era chamado homem de Deus, e que poderia ajudá-lo. Então Naamã foi ter com ele, para pedir para que o Deus de Eliseu o curasse. Eliseu, em nome do Senhor pede que Naamã vá banhar-se sete vezes nas águas do rio Jordão, para assim, ficar curado. Naamã contesta dizendo: mas isso não vai funcionar, uma coisa tão simples e logo num rio sem expressão, e serei curado! Depois de muita pressão dos seus servos, Naamã foi e banhou-se e ficou com uma pele igual de uma criança.
Mas, o que está passagem ensina aos homens e mulheres de fé? Em nossa vida, pensamos que só os grandes encontros com Deus, que somente as bonitas orações e os grandes sacrifícios é que nos purificam. Engano! É no dia-a-dia, em nossos encontros, nas pequenas orações, nos pequenos sinais que Deus vem até a nossa miséria. Naamã para purificar-se tomou sete banhos. Quais seriam os sete banhos que o homem e a mulher devem dar-se diariamente para purificar-se? O primeiro: oração da manhã, o homem e a mulher que começa o dia de joelhos, certamente acabará de pé, já começa invocando a presença e o senhorio de Jesus em sua vida. O segundo: oração nas refeições, um coração agradecido toca o coração do Senhor. Terceiro banho: terço, o terço é o encontro com a Nossa Mãe, onde na meditação percebemos a história de nossa salvação. Quarto: Eucaristia é o principal alimento espiritual do homem e da mulher, recebemos do próprio Senhor a força para nossa caminhada rumo ao céu. Quinto: leitura da Palavra do Senhor. A Bíblia ilumina nossa vida e somos ensinados pelo Senhor. Sexto: a confissão é combater o orgulho, é assumir perante Deus a minha limitação, para assim Deus transformá-la em graça. E o último banho é a oração da noite, onde agradecemos ao Pai pelo nosso dia, também é momento de louvor pelas graças e bênçãos que recebemos.
Homens e mulheres, exorto-vos a fazer a purificação diária. O caminho da santidade é fácil, só temos que ser fiéis e acreditar como Naamã acreditou. Não procure fórmulas difíceis, que geralmente são impostas por gente que não vive o que prega. Quem acredita é realmente curado de qualquer lepra.
Encontramo-nos na Eucaristia e na oração!
Seminarista Alex Sandro Serafim
3º ano de Teologia

Maria, a seta indicadora do caminho
   Neste mês de maio a Igreja traz a memória de Maria, intensificando suas meditações e orações à mãe de Jesus. Na devoção popular a espiritualidade mariana tem uma força especial, no qual muitas preces e rogos são elevados a Deus por sua intercessão. A figura desta Mulher é ampla e profundamente especial no plano de salvação da humanidade, tendo sua importância na plenitude da revelação em Jesus Cristo.
   A Sagrada Escritura nos diz que: “quando veio à plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, que nasceu de uma mulher”. (Gl 4, 4) Se Deus precisou de Maria para revelar seu filho ao mundo, possibilitando a todos à salvação, isso nos mostra que o ser humano na sua condição de pecador e limitado, também pode usufruir desta via que foi Maria. Ela foi à escada que Deus usou para enviar seu único Filho à terra e se encarnar no meio dos homens. Desta forma, os homens que buscam a salvação tem esta grande escada que é a intercessão de Maria para alcançar a vida eterna.
   Nesta perspectiva, não há como seguir Jesus sem entrar na escola de Maria, pois onde está a Mãe está também o filho, e onde esta o filho, a mãe se faz presente. A complexidade de buscar uma vida de retidão e santidade no seguimento de Jesus Cristo, se torna difícil se não tivermos a coragem de sermos filhos de Nossa Senhora. É importante ressaltar que esta espiritualidade mariana não é uma invenção da Igreja Católica, mas está fundada no fato do próprio Deus ter a escolhido para ser a Mãe de seu Filho.
   Ao analisar o episódio bíblico da anunciação, percebe-se que Maria é uma Mulher cristocêntrica, ou seja, é Cristo que reina e sobressai em sua vida, pois em nenhum momento ela “roubou a cena” e quis aparecer, pelo contrário, suas atitudes revelam a simplicidade, humildade e obediência. Uma das características de Maria é a de ser seta indicadora do caminho, ela aponta por onde se deve caminhar, a quem seguir. Maria foi a Mulher do testemunho, mostrando que desde o nascimento de seu filho até a morte ela o seguiu-o, mostrando aos homens que é preciso permanecer no Cristo para alcançar a salvação.
   Portanto, o útero de Maria foi o lugar escolhido por Deus para celebrar de modo carnal, humano, concreto e material a nova e eterna aliança entre o céu e a terra. Se não fosse a maternidade física de Maria, jamais poderíamos dizer que somos filhos de Deus. Maria é uma via de acesso à Jesus Cristo, que nos impulsiona a fazer o que ela mesmo disse: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).      
Eduardo Felizardo de Andrade
1º ano de teologia








 O Bom Pastor Misericordioso 





A iconografia do Pastor na história é bem antiga. Os documentos mais antigos que atestam a existência de teologia do Pastor remontam aos textos das pirâmides (2500-2250 a.C). No contexto bíblico, a imagem do Pastor é muito significativa, pelo fato de se referir a Deus e a pessoa do Verbo encarnado, Jesus Cristo. Por ser uma teologia fascinante em torno deste tema, abordaremos a relação do Pastor e suas Ovelhas, a partir do Novo Testamento, especificamente “o Bom Pastor” do evangelho de João (Jo 10, 1-21). Sendo assim, iremos nos referir a Cristo como “o Bom Pastor” que acolhe suas Ovelhas, a humanidade, com misericórdia.

A espiritualidade do Bom Pastor é regada por muitos aspectos que nos encaminham para uma experiência de amor. É uma relação profunda de comunhão entre o Pastor e as Ovelhas. Jesus, o Bom Pastor, é a misericórdia divina encarnada que veio para cuidar de suas Ovelhas. Este cuidado gera um conhecimento mútuo onde o Pastor conhece suas Ovelhas e as Ovelhas conhecem a voz do Pastor e por Ele são conduzidas (Jo 10, 4). Na Palestina, existiam muitas cavernas onde os rebanhos se refugiavam à noite ou das intempéries da natureza. Pela manhã, o Pastor chamava suas Ovelhas que dormiam na caverna, e elas identificavam a voz do Pastor e o seguiam prontamente. Algo semelhante acontece quando a pessoa constrói uma relação confiante e fiel, e podemos dizer até familiar com Jesus, o Bom Pastor. Sim, porque o verdadeiro Pastor cuida com carinho suas Ovelhas. Esta sintonia com o Pastor nos leva a caminhar com mais segurança.

Certamente muitos de nós já ouvimos o evangelho da Ovelha perdida, relato este encontrado nos evangelhos de Mateus (Mt 18, 12-14) e de Lucas (Lc 15, 4-7). Uma realidade também humana em que muitos se perdem no caminho, desanimam, se cansam, se machucam e muitas vezes com ferimentos profundos na alma. Tudo isso acontece com a Ovelha-Homem. O ser humano que está em relação constante com Deus, com o mundo, com o outro e consigo mesmo, passa por momentos difíceis, onde se magoa facilmente, fere e é ferido, se sente perdido diante de tantas vozes em que, a que menos escuta é a voz do Pastor. Entre tantas vozes, a Ovelha opta por caminhar sozinha, longe do rebanho. O perigo que a Ovelha corre longe do rebanho e do Pastor são inúmeros, porém a Ovelha que se sentiu realmente amada e cuidada pelo Pastor não esquece, e então, faz um longo caminho de volta.

Voltar ao primeiro amor torna a Pessoa-Ovelha mais livre e mais capaz, no entanto, dependendo da distância entre ela e o Pastor é preciso que o Pastor vá ao encontro da Ovelha que se perdeu e a carregue em seus ombros como um troféu, podendo assim, festejar porque encontrou sua Ovelha que estava perdida. A atitude de ir ao encontro da Ovelha perdida revela a infinita misericórdia de Deus-Pastor para com a criatura humana. Somente quem ama é capaz de ir ao encontro do outro. O Bom Pastor sustenta a fidelidade, mesmo quando a pessoa O trai. Ele gratuita e incondicionalmente sempre oferece sua misericórdia. O Bom Pastor refaz a aliança com a pessoa de coração aberto, disposta a empreender o caminho de retorno e entrar pela porta de seu aprisco.

Portanto, o ser misericordioso é condição para entrar e gozar da felicidade plena do Reino de Deus, e para viver o dom da Misericórdia, o coração do Bom Pastor conclama todas as pessoas a um constante e profundo processo de conversão. Que tenhamos um coração semelhante ao do Bom Pastor, cheio de misericórdia e ternura, mas também um coração valente e audacioso para enfrentar os ladrões e mercenários que tentam nos roubar e maltratar.




Gilson da Silva Pereira

Quarto ano de Teologia




  
Quaresma: tempo de ouvir a Cristo
Estamos vivenciando o tempo quaresmal, e neste período a Igreja nos convida ao “recolhimento”. Porém, muitas vezes, nem percebemos o tão sublime que é este tempo. Hoje em dia, as pessoas só buscam as suas próprias vontades, desejos, e tantas outras coisas, tornando sua vida um turbilhão. Não que isto seja totalmente errado, mas o segredo não está, no que queremos, no que desejamos?  Com certeza você já falou esta frase: “Fiz tanta coisa, mas parece que não fiz nada”. As pessoas e a própria sociedade pós-moderna fazem esta cobrança, querem ver produção e mais produção, tornando o ser humano como que uma “máquina de produção” e caem no ativismo. Nós nos preocupamos com tantas coisas e nos esquecemos das coisas simples e pequenas.
O ter e o poder estão tomando conta da humanidade de hoje, preocupam-se somente com o exterior e esquece-se do interior.  O próprio Cristo Jesus no diálogo com Marta já nos alertava para este mal: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”. (Lc 10, 41 – 42). Ele ensinou a Marta que precisamos ao longo de nossa vida parar para escutar sua palavra, para ouvi-lo atentamente, para encontrá-lo; só assim poderemos ser curados e libertados de todas nossas angustias e tristezas, pois a humanidade está doente. E, é isto que a Igreja está propondo para todos nós.
Assim como aconteceu com Bartimeu, quando ouviu Jesus, e fez a experiência do encontro pessoal; “Ouvindo que era Jesus Nazareno, começou a gritar: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim (…)” (Mc 10, 47 – 52). Jesus então curou Bartimeu de sua cegueira e de tantas outras coisas que trazia em seu coração, mas isso só aconteceu, porque primeiro ele ouviu o Cristo. E hoje, neste período em que vivemos, tão barulhento, há esta necessidade de parar para ouvir o Mestre.
Todos nós precisamos ter um encontro pessoal com o Cristo, como disse o nosso Santo Padre o Papa Bento XVI, na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, no qual ele afirma: “Portanto, exorto todos os fiéis a redescobrirem o encontro pessoal e comunitário com o Cristo, Verbo da Vida que Se tornou visível, a fazerem-se seus anunciadores para que o dom da vida divina, a comunhão, se dilate cada vez mais pelo mundo inteiro” (p. 5).  E ao encontrarmos com o Senhor deveremos ser suas testemunhas e transmiti-las a outras pessoas, e com isto teremos a certeza que todas as nossas preocupações, vontades, desejos, sonhos, não serão somente nossos, mas serão também as preocupações, desejos, sonhos do próprio Cristo, pois não caminharemos mais sozinhos, mas sim com o Senhor.
E concluo esta reflexão com outra frase do nosso querido Papa emérito, na carta aos seminaristas: “Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo da toda vida sacerdotal é a relação com Deus em Jesus Cristo”. E isto, não é somente aos padres e seminaristas, mas todos nós que buscamos ser felizes e a salvação. Que Deus abençoe a todos, e Maria santíssima te cubra com seu manto anil, te protegendo de todas as ciladas do mundo. Amém.
Fábio Fernandes Roque
1º ano de Teologia



Os leigos e leigas a luz da eclesiologia do Concílio Vaticano II

“Aggiornamento”. A Igreja precisava atualizar-se! É o que o Papa João XXIII desejava. A estrutura (pastoral, litúrgica, hierárquica, etc) não cabia mais, era necessário descobrir novos meios de transmitir as verdades da fé. Era preciso abrir as portas para entrar o Vento Renovador, e o mais exigente: ouvir os sinais dos tempos presentes do mundo. A partir da reflexão conciliar, há uma reviravolta no modo de conceber a Igreja. Esta não é forma apenas da hierarquia piramidal. O sacramento da ordem não é mais o sacramento central, mas agora o sacramento fundante é o batismo. Destarte, a Igreja agora passa a ser entendida como Povo de Deus. Há uma revalorização, um resgate da doutrina da Igreja primitiva e que ao longo da história foi ficando submersa, mas não totalmente esquecida. Isso foi possível graças aos movimentos surgidos nos séculos XIX e XX (movimento patrístico, bíblico, litúrgico), o Romantismo, e as novas eclesiologias. Destacamos neste artigo sobretudo a constituição dogmática Lumen Gentium que lança as bases para o laicato. Destaca-se em primeiro lugar, o resgate do sacerdócio comum de todos os fiéis.
A Lumen Gentium afirma que Jesus Cristo, “[...] fez do novo povo ‘um reino de sacerdotes para Deus Pai’(Ap 1,6). Pois os batizados [...] são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo [...] ofereçam sacrifícios espirituais e anunciem os poderes d’Aquele que das trevas os chamou à sua admirável luz.” (10). Ainda na Lumem Gentium, no seu capítulo IV fala especificamente sobre que é o leigo e a sua missão na Igreja e no mundo. A constituição diz que o leigo “[...] pelo batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no novo povo de Deus e a seu modo feitos partícipes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo” (31). Os leigos são chamados a exercer sua vocação e missão no mundo testemunhando o ser cristão, através da fé, da esperança e da caridade (cf. LG 31). Como foi mencionado acima sobre o tríplice múnus dos fiéis leigos queremos velos separadamente. O múnus profético é exercido por todos os batizados. Convocados pela Palavra de Deus e “embriagados” pela mesma, devem os cristãos não apenas serem testemunhas mas, pregadores do Evangelho com a assistência do Espírito de Deus. O desejo de Deus é que todos sejam profetas. “Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta [...]” (Nm 11,29). Assim, ungidos pelo Espírito Santo “o conjunto dos fiéis [...] não pode enganar-se no ato de fé” (LG 12). O múnus sacerdotal é uma prefiguração do Primeiro Testamento. Iahweh diz a Moisés “Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,6). Este texto será citado novamente em: 1Pd 2,9 e Ap 1,6 fortalecendo o aspecto sacerdotal de seu povo. Assim, partícipes do sacerdócio de Cristo somos o novo povo sacerdotal. Também é confiado a todos o oferecimento e consagração do mundo pelo sacerdócio comum dos fiéis o oferecimento de um culto espiritual: “[...] ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual” (Rm 12,1) e ainda: “[...] também vós, como pedras vivas, constituí-vos em um edifício espiritual, dedicai-vos a um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pd 2,5). O múnus de governar ou real, está intimamente ligada ao anúncio do Reino de Deus.
A missão de Jesus de Nazaré era a proclamação e a instauração do Reino de Deus (cf.Lc 4,43). Percebemos nos textos dos evangelhos que a práxis (exorcimos, curas, milagres) e a pregação de Jesus (Boa-Nova aos pobres, escolha dos doze, chamado a conversão, estar com os pecadores, etc) vão aludindo e revelando a “aproximação” deste Reino. “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15). Destarte, hoje é missão de todos os batizados e não apenas de “alguns” anunciarem o Reino de Deus e a sua Justiça. Trabalhar pelo Reino significa trabalhar pela libertação do mal, sob todas as formas. Assim sendo, a função real quer exprimir a liberdade dos filhos de Deus neste mundo amarem e se colocarem a serviço de todos preferencialmente pelos mais pequenos e empobrecidos. A missão da Igreja não é de responsabilidade de alguns, mas de todos. O fundamento da missão está no mistério da Santíssima Trindade, pois o Pai enviou o Filho e o Filho enviou o Espírito Santo sobre os Apóstolos para que levassem a Boa Nova a todo o mundo. Assim, a Igreja é por essência missionária e existe para evangelizar. A Lumem Gentium recorda que os leigos devem contribuir para o bem de toda a Igreja de acordo com os carismas e dons recebidos na cooperação na obra comum (30). O documento da CNBB, Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas, declara: “Não é apenas através dos sacramentos e dos ministérios que o Espírito Santo santifica e conduz o Povo de Deus e o orna de virtudes, mas, repartindo seus dons ‘a cada um como lhe apraz’, distribui entre os fiéis de qualquer classe mesmo graças especiais. Por elas os trona aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios, que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja [...]” (79). Os leigos e leigas são chamados a serem testemunhas do Ressuscitado e sinal de Deus no mundo. Conclui-se com a frase da Lumem Gentium “o que a alma é no corpo, isto sejam no mundo os cristãos”(38).

Seminarista Gabrierl Manarin Dalmolin 4 ano de teologia










SEMINÁRIO TEOLÓGICO:



experienciar a vivência espiritual e o estudo das realidades divinas





Pe. Oscar Paulo Pietsch
Reitor do Seminário Teológico Bom Pastor









Para acolher e bem preparar o coração e a mente dos jovens de nossa Diocese de Criciúma que se encontram na última etapa da formação ao presbiterado é que foi criado o Seminário Teológico Bom Pastor. Nossa casa encontra-se em Florianópolis, no Bairro Santa Mônica, de modo a estarmos próximos ao ITESC, o Instituto Teológico de Santa Catarina, hoje desdobrado na FACASC, a Faculdade Católica de Santa Catarina, situada no Bairro Pantanal desta mesma cidade. Nesta instituição de ensino, nossos seminaristas cursam os quatro anos do curso superior em Teologia.



A vocação como fenômeno humano se insere na profundidade da pessoa e sua busca para ser mais e melhor. Na dinâmica evangélica, a vocação humana se caracteriza pelo desejo de realizar a vontade de Deus e deixar-se transformar por ela (Rm 12,2). Conforme as orientações da Igreja, a formação presbiteral precisa contemplar quatro dimensões básicas: intelectual, pastoral, humano-afetiva e espiritual, mutuamente relacionadas e inseparáveis.



Atentos e solícitos a isso, buscamos crescer cotidianamente como comunidade de filhos de Deus e irmãos em Jesus Cristo; abrir-nos sem medos ao acompanhamento psicológico profissional sempre que necessário; centrarmo-nos intelectualmente nos estudos teológicos; e servir o povo de Deus nos estágios pastorais que realizamos aos finais de semana em paróquias de nossa Diocese. Como membros da Igreja, corpo de Cristo, seguimos conscientes de nossa missão de sermos, nesta etapa do caminho ao sacerdócio, uma verdadeira Escola do Evangelho (CNBB, Doc. 55, no 63).






Neste ano do Senhor de 2012, completam-se nove anos desde a bênção e inauguração de nosso seminário. Nesse período, já aconteceram 15 ordenações sacerdotais de filhos desta casa. Em constante diálogo com nosso Bispo, Dom Jacinto Ignacio Flach, e em sintonia com o Conselho Diocesano de Formação, como Reitor, o Senhor da Messe colocou aos meus cuidados sete seminaristas assim constituídos: cursando o primeiro ano de Teologia, Jonas Emerin Velho, da Paróquia de Santa Rosa do Sul, e Daniel Zilli Darolt, da Paróquia de Içara; no segundo ano, Maxssuél da Rosa Mendonça, da Paróquia de Lauro Müller, e Alex Sandro Serafin, da Paróquia de Içara; no terceiro ano, Gilson da Silva Pereira, da Paróquia de Sombrio, e Gabriel Manarin Dalmolin, da Paróquia de Içara; e, no quarto ano, Lucas Fernandes Bombazar, da Paróquia do Rio Maina-Criciúma.



Aqui queremos formar personalidades humanas, cristãs e presbiterais marcantes como testemunhas autênticas de Jesus Cristo; sacerdotes mediante a formação espiritual, humano-afetiva e comunitária; sábios pela sabedoria humano-divina e profetas de Jesus Cristo; mestres mediante a formação intelectual; servidores e pastores autênticos de Cristo Pastor, impulsionadores da pastoral missionária nas comunidades, associações e movimentos; pessoas de comunhão e de diálogo, a exemplo das Pessoas da Santíssima Trindade (CNBB, Doc. 93, no 85). Ajude-nos, para tanto, a graça de Deus, a intercessão carinhosa de Nossa Senhora e a proteção de São José.



Concluindo nossa participação neste espaço, não poderíamos deixar de externar nosso grande agradecimento a todos os nossos benfeitores materiais e espirituais, ao apoio da Pastoral Vocacional e todos os demais setores de pastoral que zelam pelas vocações, bem como a todos os homens e mulheres de boa-vontade que rezam sem cessar pelas vocações sacerdotais de nossa Igreja Particular. A todos vós unimo-nos diariamente pela sintonia da oração e não paramos de pedir: Bom Pastor, dai-nos padres segundo o vosso Coração!




























MARIA, MÃE DOS OLHARES







Sem. Gilson da Silva Pereira

3º de Teologia

Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua Mãe: “Mulher, eis teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis tua mãe!” E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa. (Jo 19, 26-27).
A devoção em Maria nos seus diversos títulos é a expressão de amor que encontramos em nossa Igreja que não é órfã de Mãe. Em toda história a sua humilde presença confirma o diz a Sagrada Escritura, do qual “todas as gerações proclamarão bem aventurada” (Lc 1, 48). A alegria de um cristão católico é poder confiar na intercessão da Mãe.
Sabemos que uma das formas de agradecer, e ao mesmo tempo recorrer a Mãe Maria, é rezar o terço. É justamente nesta hora do terço que nossa homenagem se estende a toda humanidade Cristã. Maria é Mãe de todos os povos. Toda humanidade é incluída na oração do terço, e em seus mistérios, contemplamos a maior história de amor, em que, o Pai oferece o seu Filho para que toda humanidade pudesse chegar a Ele. O Pai desejou que cada um de nós pudesse ter acesso a Ele, mas o pecado se tornou uma barreira, sozinhos não conseguíamos passar.  Mas Jesus, o Filho de Deus, foi que derrubou esta barreira, “o véu do templo se rasgou” (Mt 27, 51), agora todos nós podemos achegar-se diante do trono onde está sentado à direita do Pai o nosso Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus que Ressuscitou.
Diante dessa história de amor, a participação de Maria foi indispensável para toda a humanidade. A atitude de Maria foi somente olhar para esta história, guardar em seu coração, e confiar no projeto de Deus para a salvação de sua geração e as gerações posteriores. Podemos encontrar os “olhares de Maria” no seu “Sim” – O “olhar do SIM” é um olhar aflito, mas repleto de aceitação (Cf. Lc 1, 28-29); o “olhar do SERVIR” que a leva a casa de Zacarias nas montanhas para cuidar de sua prima Isabel (Cf. Lc 1, 39-41); o “olhar de CARINHO”, carinho de Mãe que no auge da sua maternidade recebe a visita dos reis magos e transmite esse olha para cada um mostrando que tudo o que passou até então ela tinha guardado no coração (Cf. Lc 2, 16-19); o “olhar de INTERCESSORA” revelado em Caná da Galiléia, numa festa de casamento, onde Maria lança seu olhar e o Filho atende o pedido da Mãe transformando a água em vinho (Cf. Jo 2, 1-5); o “olhar de MÃE DO MUNDO” que aos pés da Cruz, vendo o seu Filho partir, tanta solidão por não ter ninguém por ela, o seu olhar é lançado ao Filho que entrega a humanidade toda em sua mão e, enfim o mundo a recebe como Mãe (Cf. Jo 9, 25-27).
São tantos olhares que nos mostram que Maria, também vela por nós, assim como o Filho vela, concedendo-nos a sua graça e benção. Neste mês de Maio, possamos nos consagrar a Nossa Senhora, fazendo do seu “sim” o nosso sim. Que Maria, Mãe de todos os povos nos livre de todos os males, e nos cubra com seu manto sagrado e interceda por nós nesta vida peregrina aqui na terra apontando seu Filho que nos conduz a eternidade. Amém!
 
 


Pelo Batismo recebi uma missão


A entrada na vida da Igreja se dá pelo sacramento do batismo. Mergulhados nas águas somos nascidos para uma vida nova: a vida em Cristo “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). É corriqueiro acontecer nos cursos de preparação para o batismo as pessoas pensarem que o batismo é para: tirar cobreiro, não ir para o inferno, espantar mau olhado, não ficar doente entre outras coisas. Pensamos no batismo com uma finalidade! Eu batismo por que recebo ao em troca! Batiza-se com medo da morte ou então querendo reservar um lugar no céu! Não deveria ser assim! O batismo é para acima de tudo adentrar na vida da comunidade. E nesta comunidade vivendo o meu batismo e fortificados pelo sacramento da crisma ser testemunho para todas as pessoas, para depois sim, alcançar a vida eterna.
A maior propaganda missionária é o testemunho. São Paulo fala que “Anunciar o evangelho não é titulo de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9,16). Quem faz a experiência de Cristo na sua vida como Paulo sente a necessidade inquietante de ir ao encontro do outro.
 O grande objetivo da ação missionária é fazer Cristo ser conhecido para todos os povos. “Nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo” (DAp 29). A Igreja é por essência ser missionária.
Seja qual for a vocação que escolhemos: familiar, laical, religiosa, missionária, sacerdotal, não esqueçamos que o pedido de Jesus é para todos: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19).


Maria: Ícone da Palavra de Deus
Sem. Gabriel Dalmolin
2º de Teologia


A relação de Maria com o Palavra de Deus é de uma intimidade profunda. Neste mês da Palavra, a Mãe de Jesus não poderia ficar de fora. E também porque, para a Catequese, Maria tem uma importância impar, na qualidade de ser a Catequista por excelência.
No começo do Evangelho de Lucas, mais precisamente no capítulo 1,29, Maria fica perturbada com as palavras do Anjo e assim também acontece conosco quando a Palavra do Senhor nos pede mais amor, santidade, conversão, oração, missão...
Mas a força, a coragem e a disponibilidade de Nossa Mãe Maria são maiores. Então, diante do mistério, Ela diz: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). É estaa vontade de Deus para nós Catequistas e para todos os cristãos, ou seja, colocar-se nas mãos de Deus.
Mas, porque o nosso titulo fala que Maria é ícone? A palavra ícone deriva do grego eikón, que significa imagem. Na Igreja Católica e na Igreja Ortodoxa, o ícone é uma janela para o Sagrado, para o Eterno, para Deus. O ícone é um lugar teológico que,visto com os olhos do coração, iluminado pela fé, nos abre para uma realidade invisível, para o mundo do Espírito. E este é o sentido das imagens e ícones na Igreja, em outras palavras, não se trata de mostrar a imagem pela imagem, mas ser uma janela que mostra Deus. E Maria, na sua vida de santidade, não fez outra coisa que mostrar o Filho. O mundo profano tem muitas placas que levam à perdição os filhos de Deus. O ícone, a imagem não é o destino, mas uma placa que leva ao Céu, a Deus.
A Exortação Verbum Domini (Verbo de Deus), do Papa Bento XVI, que fala sobre a Palavra de Deus, a qual indico a todos leitura, principalmente aos Catequistas, fala que Maria foi tão intima com a Palavra do Senhor que nela o Verbo, ou seja, a Palavra se tornou carne. Maria vive uma sintonia tão grande com a Palavra de Deus, que os três movimentos mais importantes nela acontecem: à escuta, a vivência e a conservação da Palavra no coração.
Para finalizar, faço lembrança da Cruz, na qual Maria acolhe a Palavra do Filho: “Mãe, eis ai o teu filho” (Jo 19, 26). Ela nos assume como filhos amados. Agora, falta você ser fiel a Palavra e dizer: “Mãe, eis aqui o teu filho!”
Querido povo de Deus, queridos Catequistas e catequizandos, sejam coerentes com a Palavra e isso dará a vocês a felicidade, a liberdade e o Céu. Encontramo-nos na oração!




YOUCAT: Catecismo da Igreja Católica para os jovens

Sem. Alex Sandro Serafim
1° Ano de Teologia
Neste ano de 2011, em especial para os jovens da 26ª Jornada Mundial da Juventude, em Madri, o Papa Bento XVI, apresentou o YOUCAT que é abreviatura de Youth Catechism, que significa Catecismo Jovem.
O YOUCAT se destaca pela linguagem fácil e compreensível, e esse é um elemento importante que a juventude precisa para sanar suas dúvidas e para construir um fundamento sólido para suas vidas. O conteúdo do YOUCAT é o mesmo conteúdo do Catecismo da Igreja Católica, porém, é adequado para os jovens. Tem um designer bonito, com conteúdos fotográficos, citações bíblicas, dos Santos Padres e de homens que pensaram a vida.
São 527 perguntas e respostas que fazem parte desta obra sobre assuntos e questionamentos que os jovens vivenciam no cotidiano e quer responder as principais dúvidas dos jovens. É muito gostoso viajar pelas páginas do YOUCAT, porque a linguagem é simples, envolvente e aprofunda o nosso conhecimento de fé. O YOUCAT é dividido em quatro partes: 1ª parte, “Em que cremos”; 2ª parte, “Como celebramos os mistérios cristãos”; 3ª parte, “A vida em Cristo”; 4ª parte, “Como devemos orar”. A versão vendida no Brasil segue o idioma português de Portugal, mas é, perfeitamente compreensível por nós brasileiros.
A Catequese e a juventude ganham um presente da Igreja. Para a Catequese, principalmente para os Catequistas, é um instrumento importante de serviço, que com certeza vai levar os jovens ao entendimento dos valores da vida terrena e da Vida Eterna. O jovem de hoje não se contenta com filosofias, ideologias ou pensamentos vazios, ele quer coisas sólidas, quer pautar sua vida num alicerce seguro. Termino com uma frase do Papa Bento XVI, “Muitas pessoas me dizem: os jovens de hoje não se interessam por isso. Duvido de que isto seja verdade e estou certo do que digo. Os jovens de hoje não são tão superficiais como se diz deles. Eles querem saber realmente o que é a vida. [...] Assim vos convido: estudai o catecismo! Este é o desejo do meu coração.”
Meus queridos Catequistas e jovens, esta é a diga que vos dou: o YOUCAT. Vai ser de muita ajuda a vocês que se preocupam com a nossa juventude, principalmente para os jovens da Crisma. Estamos juntos na oração!


BÍBLIA: Fonte da Revelação
Sem. Alex Sandro Serafim
1° Ano de Teologia
Sem. Gabriel Dalmolin
Segundo Ano de Teologia


Meus irmãos e irmãs, estamos no mês dedicado a Bíblia. A Igreja pensa ser importante dedicar um mês à Sagrada Escritura justamente para resgatar o devido valor a este “Santo Livro” para a nossa fé e vida.
São Jerônimo, doutor da Igreja, nos alerta: “Quem desconhece a Sagrada Escritura, desconhece o próprio Cristo.” Certa vez, numa celebração, ousei perguntar quem lia a Bíblia uma vez por semana? A resposta foi assustadora: pouquíssimos! O nosso povo, normalmente, tem apenas o contato com a Bíblia na celebração dominical onde ela é proclamada e atualizada.
De fato, o lugar por excelência da escuta da Palavra de Deus é na Liturgia. Como diz o documento Verbum Domini: “a Igreja é a casa da Palavra, é o lugar primordial onde Deus nos fala e nós ouvimos.”
No entanto, é desconhecido este instrumento motriz. A Bíblia é fonte de Revelação. Fonte por que dela jorra a água viva e eficaz, pois, é capaz de nos saciar. Revelação significa retirar o véu, descobrir o que está escondido. Com esta definição fica fácil entender que: Deus que está oculto, que é desconhecido, entra na nossa história e se dá a revelar e torna-se conhecido gradativamente. Primeiro, através da própria criação; depois, através de reis, juízes, profetas; e, por último, revela-se em Jesus Cristo. Portanto, Cristo é a plenitude da Revelação, Nele tudo foi revelado!
Na Sagrada Escritura encontramos a história e o projeto da salvação de um povo escolhido e amado desde a criação. Mas esta história não termina na Bíblia, ela continua! A nossa história também é história de salvação! Este Livro é a “carta de amor” de um Deus “apaixonado”pelo seu povo que não sabe ouvir e obedecer. Eis as duas exigências que Deus faz para o seu povo: Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6,4), e ainda na Transfiguração o Pai diz: “Este é meu Filho amado, nele está meu pleno agrado: escutai-o!” (Mt 17,6). Mas o seu povo não soube ouvir a voz de Deus e não quis saber Dele. Foi então que Deus Pai enviou o seu Filho amado que em tudo soube obedecer a sua vontade: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra” (Jo 4,34). Destarte, a escuta da Palavra de Deus leva-nos em primeiro lugar a prezar a exigência de viver segundo esta lei escrita no coração.

Por fim, o evangelho nos recorda: “O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo à razão de cem, de sessenta e de trinta” (Mt 13, 23). A terra (nós) o semeador (Cristo) e a semente (Palavra de Deus).
Agora nos resta cultivar, regar, capinar, esta terra para que esta Palavra frutifique e produza muitos frutos. Assim sendo, deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo para podermos amar cada vez mais a Palavra de Deus!

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