12 de set. de 2017

Artigo
Maria, mãe de Deus e mãe dos homens

Ao consentir com a obra da encarnação do Verbo de Deus, a humilde jovem de Nazaré se torna parte importante na história da salvação de toda a humanidade. É no dia da Encarnação que Maria é constituída Mãe de Jesus, Mãe de um Filho-Deus. Como sua discípula, ouve atentamente o anúncio, confia na palavra, acolhe-a decididamente e entrega-se a sua divina vontade. (cf. Cardeal Hummes. Sempre discípulos de Cristo).
De acordo com os relatos bíblicos, um anjo é enviado por Deus a uma virgem chamada Maria, escolhida para ser a mãe do filho do Altíssimo. A saudação do anjo inicia com uma exortação para que Maria se alegre, por ter o Senhor consigo e por ter encontrado graça diante de Deus. No momento seguinte, o anjo anuncia a missão pela qual Deus a encarregou e explica os acontecimentos, aguardando sua resposta. Aberta à vontade de Deus, Maria consente e se apresenta como serva do Senhor. (Cf. Lc 1, 26-38)
É necessário salientar a importância que desempenhou Maria na encarnação divina. Ela não foi apenas um instrumento passivo utilizado por Deus, mas foi também mediante seu ativo consentimento que todas as coisas puderam se cumprir. (Cf. CCE 508 -511)
O consentimento de Maria se relaciona ao importante papel que ela desempenha na história da salvação da humanidade: Chamada para fazer a vontade de Deus, Maria abnega suas próprias vontades, seus próprios desejos, anseios e sonhos, e passa a sonhar os anseios de Deus. Maria sabe o que Deus lhe propõe, consente sem restrição nem condição. Deste modo, toda a obra redentora está ligada ao sim de Maria. 
Assim, como discípula fiel, a serva do Senhor é exemplo para nós de como ser verdadeiros discípulos, ouvintes de sua palavra e testemunhas de seu amor. 
Sendo a Mãe de Jesus, Maria terá uma íntima relação com a Santíssima Trindade: será a filha muito amada do Pai, e sua colaboradora na obra da Encarnação; a Mãe do Filho, com direito ao seu respeito, ao seu amor, à sua obediência e, colaboradora na obra da salvação e santificação dos homens; enfim, será o templo vivo, o santuário do Espírito Santo. (cf. Adolph Tanquerey. A Vida Espiritual). 
Nos primeiros séculos do Cristianismo, muitos problemas surgiram em relação à maternidade divina de Maria. Nesse sentido, o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria é Theotokos, ou seja, Mãe de Deus. Isso se dá pelo fato de que Jesus é o próprio Verbo Encarnado, sendo Deus desde sempre.
Da mesma forma, Maria é mãe de todos os homens, mãe de toda a humanidade. Jesus é o chefe da humanidade regenerada, a cabeça de um corpo místico, do qual nós somos os membros. Portanto, Maria que gerou o Salvador inteiramente, como cabeça do corpo místico, gerou também todos os seus membros, todos aqueles que nele estão incorporados. Assim, ao ser constituída Mãe de Jesus segundo a carne, é constituída ao mesmo tempo Mãe dos seus membros segundo o espírito. (cf. Adolph Tanquerey. A Vida Espiritual).
A cena no calvário confirma esta verdade: “Jesus, então, vendo a mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à mãe: ‘Mulher, eis teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis tua mãe!’” (Jo 19,26-27).
Portanto, por João, a partir de Cristo, recebemos Maria por mãe e, como ela, somos chamados a fazer inteiramente a vontade de Deus. Como a Virgem Maria, serva santa e fiel, sejamos também nós, fiéis seguidores de Deus, cumprindo seus anseios, buscando constantemente a santidade de vida, realizando sua vontade e reafirmando a cada dia nosso “sim”, como Maria o fez.
Sem. Davi Paulo Coelho
2º ano de Teologia

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